TEL AVIV (Reuters) - Usando fotos de mulheres jovens e gírias em hebraico, o grupo militante palestino Hamas atraiu dezenas de soldados israelenses, ganhando controle de suas câmeras e microfones dos celulares, informou uma autoridade militar nesta quarta-feira.
Segundo a fonte, que comunicou os repórteres sobre o suposto esquema, o Hamas não descobriu nenhum segredo militar na operação de inteligência.
O porta-voz do grupo palestino que atua na Faixa de Gaza, Fawzi Barhoum, se recusou a comentar o assunto.
Principalmente pelo Facebook, o Hamas usou identidades falsas e fotos de jovens mulheres, aparentemente encontradas na internet, para atrair os soldados, explicou a autoridade.
"Só um minuto, eu vou te mandar uma foto, meu querido", diz uma chamada. "Tudo bem. Ha-ha", respondeu o soldado, antes de uma foto de uma mulher loira em traje de banho aparecer na tela.
A "mulher" então sugeriu que ambos baixassem um "aplicativo simples que os permitiria conversar por vídeo", conforme exemplo apresentado pelo exército.
Conforme a autoridade militar, a maioria dos soldados eram de baixo escalão e o Hamas estava interessado principalmente em obter informações sobre manobras do exército, forças e armas na área da Faixa de Gaza.
O exército ficou sabendo da manobra quando os soldados começaram a reportar outras atividades suspeitas nas redes sociais e foram descobertas dezenas de identifidades falsas usadas pelo Hamas, de acordo com a fonte.
Em 2001, um jovem israelense de 16 anos foi atraído até a Cisjordânia, onde foi morto a tiros por homens palestinos armados, depois de entrar em um relacionamento online com uma palestina que se passava por turista americana.
(Por Maayan Lubell, com reportagem adicional de Nidal al-Mughrabi, em Gaza)