Por Brenda Goh
XANGAI (Reuters) - A Huawei espera que a implantação das redes 5G de próxima geração comece a contribuir para a receita da empresa a partir do próximo ano, quando a China lançar serviços da área, disse o vice-presidente da empresa nesta quarta-feira.
A gigante chinesa de equipamentos de telecomunicações disse que garantiu mais de 50 contratos comerciais 5G, mesmo lutando contra acusações dos Estados Unidos e de seus aliados de que suas redes são veículos para espionagem chinesa.
Ken Hu disse que, enquanto o lançamento estava acelerando, especialmente na Ásia, a empresa acreditava que ainda precisaria "esperar um pouco antes que o 5G contribua com uma parcela considerável da receita".
"Vamos ter uma imagem mais clara até meados do próximo ano, porque, até então, o primeiro lote de lançamentos comerciais de 5G na China chegará a uma certa fase", disse ele a repórteres durante uma conferência da empresa, estimando que a Huawei já assinou cerca de 60 contratos.
O mercado doméstico da Huawei tornou-se mais crucial para a empresa desde que Washington proibiu em maio que empresas norte-americanas negociem com ela devido a questões de segurança nacional, atingindo os negócios internacionais da empresa.
A empresa nega as alegações e diz que Washington está tentando reduzir sua liderança no setor para beneficiar as empresas dos EUA.
O fundador e presidente-executivo da Huawei, Ren Zhengfei, disse na revista The Economist que, a fim de resolver as preocupações dos EUA, ele está aberto a vender a tecnologia 5G de sua empresa - incluindo patentes, códigos, projetos, know-how de produção - para empresas ocidentais por uma única taxa.
"Se a proposta for implementada, por um lado, apoiará mais a concorrência no 5G em toda a cadeia de fornecimento global, e essa concorrência é benéfica para consumidores e usuários e também contribui para o próprio setor", disse ele.