Por Jack Stubbs
LONDRES (Reuters) - A Huawei apresentará um plano para tratar das receios de segurança britânicas sobre seus equipamentos até o fim de junho, disse um executivo sênior da empresa nesta quinta-feira, após críticas de que a empresa chinesa não avançou o suficiente para corrigir os problemas.
Autoridades da inteligência britânica disseram na véspera que ainda não viram um plano "crível" da Huawei para resolver questões levantadas em um relatório do governo que descobriu que problemas técnicos e de cadeia de suprimentos com equipamentos da empresa expuseram redes nacionais de telecomunicações a novos riscos de segurança.
A Huawei dissera antes que os problemas levarão entre 3 e 5 anos para serem resolvidos, e Ryan Ding, diretor do grupo de operadoras da Huawei, disse a repórteres que um plano "global e abrangente" deve ser aprovado internamente até o final de março.
"No segundo trimestre vamos conversar com todos os interessados, incluindo interessados do Reino Unido, sobre esse plano e esperamos que até o final do primeiro semestre deste ano, iremos concluir o projeto de alto nível de tal plano", disse ele, falando através de um tradutor.
A Grã-Bretanha virou um importante campo de batalha para a Huawei, maior produtora de equipamentos de telecomunicações do mundo, em seus esforços para resistir aos pedidos dos EUA para que seus aliados descartem seus equipamentos por temerem que possa ser usado por Pequim para espionagem.
Nenhuma evidência para tais alegações foi apresentada publicamente e a Huawei as negou repetidas vezes, mas as alegações de espionagem levaram vários países ocidentais a restringir o acesso da empresa a seus mercados.
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse nesta quinta que o país, parte do grupo de inteligência Five Eyes, não pode compartilhar informações com países que decidem usar equipamentos Huawei devido às implicações de segurança.
Ding disse que a Huawei está comprometida em alcançar "confiabilidade" em oito áreas principais, incluindo engenharia de software e hardware, gerenciamento de componentes de terceiros e cultura da empresa. A Huawei também vai gastar mais do que os 2 bilhões de dólares originalmente destinados para o esforço, disse ele.
Perguntado se teme que a pressão política impeça que a Huawei de ser usada nas redes 5G de próxima geração da Grã-Bretanha, Ding disse que excluir a Huawei seria como impedir equipes de alto escalão do futebol inglês.
"Acredito que um mercado de 5G sem a Huawei é como a Premier League inglesa sem o Manchester United", disse ele.
(Por Jack Stubbs)