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IA representará a morte da música ou uma nova era de criatividade?

Publicado 01.02.2024, 15:18
Atualizado 01.02.2024, 15:21
© Reuters. Andrea Martelloni, estudante na Queen Mary University of London, faz demonstração com violão que usa tecnonologia IA, em Anaheim, Califórnia, EUA
25/01/2024
REUTERS/Jorge Garcia

Por Alessandro Parodi e Olivier Sorgho e Matt Stock

GDANSK/LONDRES (Reuters) - Dentro de uma sala de gravação na Queen Mary University of London, um grupo de pesquisadores mexe com novas ferramentas de inteligência artificial (IA) para desenvolver o que eles chamam de "novos mundos virtuais" da música.

Andrea Martonelli e Max Graf estão entre os mais de 30 estudantes de doutorado que trabalham com Mathieu Barthet, professor sênior de Mídia Digital, para explorar a criatividade computacional e a IA generativa. Juntos, eles montaram um estúdio futurista onde a música se encontra com a tecnologia de ponta.

"É como se a realidade estendida, XR, fosse uma forma de ampliar a realidade física em que vivemos", disse Graf à Reuters enquanto apresentava o "Netz", seu instrumento virtual tocado por meio de um fone de ouvido de realidade aumentada que rastreia gestos para criar resultados correspondentes, como notas ou acordes.

Embora a presença da IA na produção musical remonte à década de 1950, os recentes avanços revolucionários na IA generativa, com robôs agora fazendo música como estrelas pop digitais, dividem opiniões no setor.

Popularizada no ano passado pelo sistema de linguagem ChatGPT, a IA generativa é capaz de criar conteúdo, incluindo sons originais, letras ou músicas inteiras, mas os artistas geralmente usam IA mais simples para aprimorar seu som. O cantor e compositor de rock alternativo do Reino Unido YUNGBLUD disse à Reuters que acredita que a IA pode ajudar sua música a ir "para outra direção".

Outros músicos temem que a tecnologia possa ir longe demais. "Acho que se você precisa de IA para me ajudar a escrever uma música...isso não é legal", disse Amy Love, da dupla de rock alternativo Nova Twins, referindo-se às vozes dos artistas geradas artificialmente e acrescentando que o uso de vozes de artistas mortos "não é bom".

© Reuters. Andrea Martelloni, estudante na Queen Mary University of London, faz demonstração com violão que usa tecnonologia IA, em Anaheim, Califórnia, EUA
25/01/2024
REUTERS/Jorge Garcia

Em novembro, os Beatles lançaram "Now and Then", anunciada como sua última música e com a voz de John Lennon extrapolada com IA de uma gravação antiga. A Warner Music disse em novembro que estava fazendo uma parceria com o espólio da falecida cantora francesa Edith Piaf para recriar sua voz usando IA.

Embora as gravadoras e as empresas de streaming façam parcerias para comercializar a tecnologia, muitos especialistas afirmam que a IA levanta preocupações legais e éticas.

Mas a regulamentação da IA generativa está apenas em seus estágios iniciais. "Acho que a IA pode ter seu lugar na cadeia de produção musical, mais uma vez se for orientada da maneira correta e se garantirmos que os músicos mantenham um certo controle, assim como os artistas", disse o Barthet. "Mas pode haver situações em que a música gerada por (IA) funcione para coisas novas que ainda nem surgiram, novos mundos virtuais."

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