Por Manoj Kumar
NOVA DÉLHI (Reuters) - A Índia começou nesta quinta-feira a investigar a informação de que o acesso a sua base de dados com detalhes de identificação de mais de 1 bilhão de cidadãos estava sendo vendido por apenas 8 dólares em redes sociais, o que poderia ser uma das maiores violações de segurança do programa.
O jornal Tribune disse que conseguiu comprar credenciais de acesso ao banco de dados Aadhaar, permitindo adquirir informações como nomes, números de telefone e endereços domiciliares de milhões de pessoas.
A publicação informou que comprou o acesso por apenas 500 rúpias (7,89 dólares) de alguém em um grupo no serviço de mensagens WhatsApp.
O "caso parece ser um exemplo de uso indevido", comunicou a Autoridade de Identificação Única da Índia (UIDAI, na sigla em inglês), que administra o esquema de identificação biométrica, o maior do mundo.
A agência disse que havia aberto uma investigação policial contra as pessoas responsáveis pela venda do acesso ao banco de dados, mas não as identificou.
Dados cruciais, "incluindo informações biométricas, são totalmente seguras", informou a agência em comunicado. O banco de dados incorpora impressões digitais e leitura de íris, além de informações básicas.
"A simples apresentação de informações demográficas não pode ser usada indevidamente", acrescentou, descartando fraude financeira e dizendo que o acesso a contas bancárias exigia autenticação adicional envolvendo impressões digitais e íris.
Mas a violação é a mais recente em um programa que enfrenta uma análise cada vez maior em relação a preocupações com privacidade e é provável que leve a novas questões sobre a segurança de dados.
A Suprema Corte da Índia está realizando audiências para decidir se uma tentativa da administração do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, de vincular o Aadhaar a serviços públicos e privados viola os direitos de privacidade dos cidadãos.
(Por Manoj Kumar)