DUBAI (Reuters) - O ministro das Telecomunicações do Irã acusou Israel nesta segunda-feira de um novo ataque cibernético à sua infraestrutura de telecomunicações e prometeu responder com uma ação legal.
A declaração seguiu os comentários de outro oficial iraniano na semana passada de que o Irã descobriu uma nova geração do Stuxnet, vírus que foi usado contra o programa nuclear do país há mais de uma década.
"O regime sionista (Israel), com seu histórico de uso de armas cibernéticas como o Stuxnet, lançou um ataque cibernético ao Irã nesta segunda-feira para prejudicar as infraestruturas de comunicação do Irã", disse o ministro das Telecomunicações, Mohammad Javad Azari-Jahromi.
"Graças às nossas equipes técnicas vigilantes, ele falhou", disse ele no Twitter (NYSE:TWTR). O Irã tomará medidas legais contra Israel em órgãos internacionais, acrescentou, sem dar detalhes. Seu vice, Hamid Fattahi, disse que mais detalhes serão revelados nos próximos dias, informou a agência de notícias semi-oficial Tasnim.
O Stuxnet, que é amplamente tido como desenvolvido pelos Estados Unidos e Israel, foi descoberto em 2010, depois de ter sido usado para atacar uma instalação de enriquecimento de urânio na usina nuclear subterrânea de Natanz, no Irã. O programa foi o primeiro exemplo conhecido publicamente de um vírus sendo usado para atacar máquinas industriais.
Na semana passada, Gholamreza Jalali, chefe da agência de defesa civil do Irã, disse que o país havia neutralizado uma versão do Stuxnet.
Em 2013, pesquisadores da Symantec descobriram uma versão do Stuxnet que foi usada para atacar o programa nuclear iraniano em novembro de 2007.
Teerã aceitou um acordo em 2015 com as potências mundiais para conter seu programa nuclear, mas o presidente Donald Trump retirou os EUA do pacto em maio, com o apoio de Israel. Washington restaurou totalmente as sanções contra Teerã nesta segunda-feira.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, pediu na semana passada que intensificassem os esforços para combater a "infiltração" inimiga em um discurso a autoridades encarregadas da defesa cibernética, informou a televisão estatal.
(Por Parisa Hafezi)