LONDRES (Reuters) - O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, que está há mais de dois anos na embaixada do Equador em Londres para evitar ser extraditado para a Suécia, disse nesta segunda-feira que planeja deixar o edifício "em breve", mas seu porta-voz afirmou que isso somente poderia acontecer se a Grã-Bretanha permitir.
A Grã-Bretanha tem repetido que não vai recuar e que suas leis devem ser seguidas, motivo pelo qual Assange deve ser extraditado para a Suécia para enfrentar as acusações de abuso sexual e estupro, crimes negados por ele. Assange pode ser preso se deixar o prédio por ter violado as regras britânicas sobre fiança.
Os comentários de Assange levantaram a possibilidade de ele deixar a embaixada, onde se encontra refugiado desde junho de 2012. Mas seu porta-voz disse depois à Reuters que ele somente poderia sair se o governo britânico "retirar o cerco do lado de fora". Assange não tem a intenção de se entregar à polícia, disse o porta-voz.
O australiano de 43 anos alega ter medo de, caso a Grã-Bretanha o extradite para a Suécia, ser extraditado em seguida para os Estados Unidos, onde ele pode ser processado por um dos maiores vazamentos de informações sigilosas da história dos EUA.
"Estarei deixando a embaixada em breve... mas talvez não pelas razões que a imprensa de Murdoch e a Sky News afirmam no momento", disse Assange a jornalistas na embaixada, no centro de Londres, antes de se recusar a esclarecer seus comentários.
A rede britânica Sky News, pertencente em parte à 21st Century Fox, de Rupert Murdoch, havia noticiado anteriormente que Assange estava considerando deixar a embaixada por questões de saúde.
(Reportagem de Kylie MacLellan)