(Reuters) - Empresas aéreas provavelmente sofrerão mais apagões como o que impediu a decolagem de 2 mil voos da Delta nesta semana porque as grandes empresas não investiram o bastante na reforma de sistemas de reservas baseados em tecnologias dos anos 1960, disseram especialistas do setor aéreo e de tecnologia à Reuters.
As aéreas investiram forte para introduzir novas ferramentas como quiosques de check-in automatizados, rastreamento de bagagens em tempo real e aplicativos móveis, mas têm evitado o alto custo de uma reconstrução do zero dos sistemas de reservas, disseram ex-executivos do setor.
O ex-diretor de informações da American Airlines, Scott Nason, disse que investimento de longo prazo em tecnologia de computação foi tarefa difícil quando trabalhava lá.
"A maioria das linhas aéreas estava prestes a sair dos negócios por muitos anos, então investimentos de quaisquer tipos tinham que ser recuperados no curto prazo", disse Nason, que deixou a American em 2009 e agora é um consultor independente.
Os sistemas de reserva das maiores linhas aéreas operam principalmente com um sistema especializado da IBM (NYSE:IBM) projetado nos anos 1960 para processar um grande número de transações rapidamente. A IBM fez uma grande revisão do sistema operacional há aproximadamente uma década.
"Eles repaginaram essa tecnologia velha do setor com tecnologia moderna", disse o ex-diretor de informações da United Continental, Bob Edwards, que trabalhou na empresa até 2014. "Estes sistemas sempre têm que voltar ao núcleo das antigas tecnologias para recuperar uma reserva ou descobrir quem está voando entre Dallas e Nova York".
Quando uma queda de energia interrompe esse sistema de reservas - como aconteceu na segunda-feira com o Deltamatic, da Delta, o sistema sai de sincronia com as tecnologias mais novas que os funcionários do atendimento ao cliente usam para ajudar os passageiros, disse Edwards.
(Por Jim Finkle e Jeffrey Dastin)