Por David Shepardson e Echo Wang
WASHINGTON (Reuters) - Mais seis senadores apoiaram nesta sexta-feira um projeto de lei bipartidário para dar ao presidente norte-americano, Joe Biden, novos poderes para proibir o aplicativo de vídeo chinês TikTok por motivos de segurança nacional, enquanto a empresa intensifica as iniciativas para que sua história seja ouvida em Washington antes de uma audiência importante na próxima semana.
No início deste mês, 12 senadores liderados pelo democrata Mark Warner e pelo republicano John Thune apresentaram um projeto apoiado pela Casa Branca para dar ao Departamento de Comércio novos poderes para lidar com o TikTok, que tem mais de 100 milhões de usuários nos EUA.
O anúncio ocorre depois de o TikTok dizer nesta semana que o governo Biden está exigindo que seus proprietários chineses alienem sua participação na empresa ou ela pode enfrentar uma possível proibição dos EUA.
O antecessor de Biden, o republicano Donald Trump, tentou banir o TikTok em 2020, mas foi impedido pela Justiça dos EUA.
O projeto, a Lei para Restringir o Surgimento de Ameaças à Segurança que Arrisquem a Tecnologia da Informação e da Comunicação (RESTRICT), agora tem 9 republicanos e 9 democratas como patrocinadores para lidar com os temores de que os dados de usuários do TikTok nos EUA, de propriedade da ByteDance, possam ser repassados ao governo da China.
Separadamente, uma fonte confirmou à Reuters na sexta-feira que o Departamento de Justiça abriu uma investigação criminal depois que a ByteDance disse em dezembro que alguns funcionários acessaram indevidamente dados de usuários do TikTok dos EUA de dois jornalistas.
A Reuters informou em dezembro que quatro funcionários da ByteDance envolvidos no incidente foram demitidos, dois na China e dois nos Estados Unidos. Funcionários da empresa disseram que estavam tomando medidas adicionais para proteger os dados do usuário.
Os funcionários da ByteDance acessaram os dados como parte de uma iniciativa malsucedida para investigar vazamentos de informações da empresa no início deste ano e pretendiam identificar possíveis conexões entre dois jornalistas.
O CEO do TikTok, Shou Zi Chew, comparecerá pela primeira vez perante o Congresso quando depor perante o Comitê de Energia e Comércio da Câmara, em 23 de março.
O TikTok disse que os criadores de conteúdo irão a Washington na próxima semana para defender por que o aplicativo não deve ser proibido.
“Os parlamentares em Washington, que debatem o TikTok, devem ouvir em primeira mão as pessoas cujas vidas seriam diretamente afetadas por suas decisões”, disse o TikTok nesta sexta.
(Reportagem de David Shepardson)