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Oi amplia prejuízo no 2º tri a R$221 mi com receita menor no Brasil

Publicado 06.08.2014, 12:38
Oi amplia prejuízo no 2º tri a R$221 mi com receita menor no Brasil

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Oi ampliou o prejuízo de abril a junho na comparação anual, mostrou seu primeiro balanço trimestral após consolidação dos resultados da Portugal Telecom, com impacto do corte das tarifas de interconexão e menor tráfego de dados devido aos feriados da Copa do Mundo.

A empresa de telecomunicações teve prejuízo líquido de 221 milhões de reais no segundo trimestre, frente à perda de 124 milhões de reais um ano antes, informou a Oi nesta quarta-feira.

A geração consolidada de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) somou de 2,55 bilhões de reais, queda de 21,3 por cento em relação ao segundo trimestre de 2013.

A combinação dos resultados da Portugal Telecom com os da Oi ocorreu em maio. Por isso, para efeitos de comparação, a Oi ajustou os resultados obtidos no mesmo trimestre de 2013. Nesse caso, o Ebitda "de rotina" foi de 2,47 bilhões de reais, alta de 6,9 por cento ano a ano.

A receita líquida somou 9,02 bilhões de reais de abril a junho, leve alta de 0,4 por cento na comparação anual.

No Brasil, as receitas do segmento residencial somaram 2,52 bilhões de reais, queda de 2,3 por cento sobre um ano antes. A receita líquida com telefonia móvel no mercado brasileiro caiu 1,1 por cento contra o segundo trimestre de 2013, a 2,23 bilhões de reais.

A companhia atribuiu o leve aumento da receita líquida consolidada à apreciação do euro frente ao real.

No entanto, ressaltou que a receita total dos negócios no Brasil caiu 2 por cento, para 6,94 bilhões de reais, devido à queda da receita de uso de rede com o corte das tarifas reguladas de interconexão do serviço móvel (VU-M) e menor receita de voz fixa devido à baixa da base de clientes. Também houve redução do tráfego de voz e dados com o menor número de dias úteis em junho por conta da Copa do Mundo.

"Continuamos a verificar que a empresa trabalha na entrega de suas prioridades, controlar custo e investimento, monetizar ativos para aumentar flexibilidade financeira", disse o presidente da Oi, Zeinal Bava, em teleconferência com analistas nesta terça-feira.

A base de clientes de telefonia fixa no segmento residencial no Brasil caiu 7,2 por cento em 12 meses até junho, para 11,36 milhões. Segundo a empresa, a baixa ocorreu devido a uma política de crédito mais conservadora, além de greve de funcionários terceirizados em Salvador e na região Sul.

A base pré-paga de clientes de telefonia celular no Brasil subiu 3,9 por cento sobre igual trimestre do ano passado e 0,9 por cento sobre março deste ano. Já a base de clientes nos serviços móveis pós-pagos, mais rentáveis, teve alta de 2,3 por cento ante o mesmo período de 2013, com avanço de 1,3 por cento sobre o trimestre anterior.

No mercado brasileiro, a receita líquida média por cliente (Arpu, do inglês) atingiu 73,9 reais no segmento residencial no período, alta de 5,3 por cento na comparação anual. No segmento móvel, a Arpu foi de 17,7 reais, queda de 10,8 por cento sobre um ano antes, devido ao corte na taxa de interconexão.

Já a receita líquida trimestral em Portugal cresceu 9,5 por cento ano a ano, a 1,85 bilhão de reais. A linha de receitas com outros negócios, que incluem ativos na África, subiu em 5,6 por cento no segundo trimestre sobre igual etapa de 2013, a 236 milhões de reais. Nos dois casos, o faturamento em reais foi beneficiado or variações cambiais.

A dívida líquida consolidada da empresa teve alta anual de 52,8 por cento, para 46,2 bilhões de reais no fim de junho. O caixa disponível subiu 80,4 por cento, a 5,99 bilhões de reais.

As ações da Oi mostravam grande volatilidade nesta quarta-feira na bolsa paulista. Às 12h35, as preferenciais tinham queda de 0,75 por cento, a 1,33 real, tendo oscilado até esse horário entre queda de 8,2 por cento na mínima e alta de 0,75 por cento na máxima. O Ibovespa subia 0,54 por cento.

CASO RIOFORTE

No âmbito de um aumento de capital da Oi concluído em maio e da transição do grupo Portugal Telecom para a Oi, a operadora brasileira assumiu ativos e passivos do grupo português.

O calote em julho de uma dívida de 897 milhões de euros da Rioforte, holding do Grupo Espírito Santo, que é o principal sócio da Portugal Telecom, ameaçou a união com a Oi. Para garantir a fusão, a Portugal Telecom aceitou entregar ações da Oi à empresa brasileira em troca de títulos de dívida vencidos e não pagos pela Rioforte.

Sobre o caso, o presidente da Oi disse que a empresa "agiu rapidamente para adotar medidas possíveis e necessárias para defender interesses de seus acionistas". "É o acordo que foi possível chegar no processo de negociação", disse.

O executivo evitou comentar a oferta de compra apresentada na terça-feira pela Telefónica pela GVT, da francesa Vivendi, por 20,1 bilhões de reais, mas disse que movimentos de consolidação são positivos. "Permite garantir a sustentabilidade do setor a médio e longo prazo", limitou-se a dizer.

Bava também não quis comentar se a Oi participará do leilão na frequência de 700 MHz da tecnologia de Internet móvel de quarta geração (4G), previsto para ocorrer em setembro. "A companhia quer continuar mantendo sua competitividade no negócio, mas nossa avaliação final sobre o (leilão) de 4G vai depender dos termos finais do edital", disse.

© Reuters. Reuters Brazil  Report Internet News

A previsão é que o edital seja publicado depois que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) responder a questionamentos feitos pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o certame. Na terça-feira, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse que os esclarecimentos pela agência reguladora ao TCU podem ocorrer em até uma semana.

(Por Luciana Bruno)

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