Por Paresh Dave e Diane Bartz
OAKLAND/WASHINGTON (Reuters) - O plano do Google (NASDAQ:GOOGL) (SA:GOGL34) de bloquear uma ferramenta de rastreamento da web chamada "cookies" preocupa investigadores do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que têm questionado executivos da indústria de publicidade se a ação prejudicará rivais menores, disseram fontes a par da situação.
O Google anunciou há um ano que passará a proibir alguns cookies de serem executados pelo navegador de internet Chrome, afirmando que a decisão deve-se ao interesse da empresa em aumentar a privacidade do usuário.
Nos últimos dois meses, o Google divulgou mais detalhes do plano, levando rivais de anúncios online a reclamar da perda da ferramenta de coleta de dados.
As questões dos investigadores abordaram como as políticas do Google, incluindo as relacionadas a cookies, afetam as indústrias de anúncios e notícias, disseram quatro fontes. Os investigadores questionam se o Google está usando o Chrome, que tem 60% do mercado global de navegadores de internet, para reduzir a concorrência, evitando que empresas de publicidade rivais rastreiem usuários por meio dos cookies, acrescentaram as fontes.
Executivos de mais de uma dezena de empresas de diversos setores falaram com os investigadores do Departamento de Justiça, disse uma das fontes.
O governo norte-americano tem investigado os negócios de busca e publicidade do Google desde 2019 e, em outubro passado, processou a empresa por supostas táticas anticompetitivas para manter o domínio de seu mecanismo de busca. O governo também continuou a sondar as práticas de publicidade da companhia.
Procurado, o Departamento de Justiça dos EUA não comentou.
"A enorme competição em ferramentas de publicidade tornou os anúncios online mais acessíveis, reduziu as taxas e expandiu as opções para editores e anunciantes", disse o Google.
Se o Departamento de Justiça processar a companhia por conduta relacionada a anúncios, pode abrir uma nova ação ou entrar no caso em andamento do Texas, disse uma das fontes.
O Texas alterou na terça-feira sua reclamação para, entre outras coisas, alegar que as próximas mudanças no Chrome "são anticompetitivas porque aumentam as barreiras à entrada e excluem a competição" na publicidade na web.