Por Sam Nussey
TÓQUIO (Reuters) - Semanas após fazer um resgate de bilhões de dólares da WeWork, o fundador e presidente-executivo do SoftBank Group, Masayoshi Son, reiterou sua crença em um estilo de investimento guiado por instintos, em um debate com o co-fundador do Alibaba Group, Jack Ma.
O SoftBank possui 26% do Alibaba, depois de fazer um investimento de apenas 20 milhões de dólares em 2000 na empresa, e a participação agora vale mais do que o valor de mercado da empresa japonesa.
Son disse nesta sexta-feira que a decisão de investir no Alibaba foi motivada pelos seus instintos.
Outros empresários que Son conheceu na época "não acreditavam verdadeiramente em seus corações. Eu posso sentir", disse Son. "Nós somos o mesmo animal. Nós dois somos um pouco loucos", disse ele sobre Ma, aliado de longa data.
Ma disse que Son inicialmente tentou investir 50 milhões de dólares na empresa de comércio eletrônico, mas ele recusou dizendo que era uma quantia muito grande - parte de um padrão de oferecer grandes cheques a fundadores de empresas investidas que continuou com o co-fundador da WeWork, Adam Neumann.
Os comentários de Son vieram semanas depois que ele foi forçado a fazer um resgate da WeWork, de escritórios compartilhados, quando o nível do controle de Neumann sobre a empresa esfriou o apetite dos investidores e interrompeu os planos para uma oferta pública inicial de ações.
A conversa na Universidade de Tóquio entre dois dos mais proeminentes investidores do setor de tecnologia da Ásia acontece em um ponto de divergência em suas carreiras, com Ma, de 55 anos, se aposentando como presidente-executivo da Alibaba em setembro e Son se comprometendo a passar sua sexta década à frente da gigante dos investimentos.
No mercado japonês, o SoftBank espera impulsionar a comercialização do emergente campo de inteligência artificial (IA) e anunciou nesta sexta-feira que gastará 20 bilhões de ienes (184 milhões de dólares) em dez anos financiando um instituto de pesquisa de IA na Universidade de Tóquio.
Com o SoftBank altamente alavancado tentando arrecadar fundos para um segundo fundo no qual atualmente é o único investidor, sua participação no Alibaba é uma possível fonte de recursos.
"Na minha opinião, ainda não consegui nada", disse Son. "Eu ainda sou um desafiante e ainda estou lutando todos os dias."
Essa abordagem contrasta com a de Ma, que deixou de administrar o Alibaba para se concentrar em filantropia.