Por Mathieu Rosemain e Gwénaëlle Barzic
PARIS (Reuters) - As operadoras francesas de telecomunicações deverão pagar um preço alto para comprar faixas de 5G em 2019, mas as autoridades estão tentando evitar escassez das frequências, disse o chefe do regulador de telecomunicações do país à Reuters.
Para o próximo leilão de espectro, a Arcep, autoridade reguladora de telecomunicações da França, planeja essencialmente usar a banda de 3,5 gigahertz das três faixas para 5G (1,4 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz). Mas pode não haver ondas suficientes para todos, disse Soriano, e essa escassez pode, eventualmente, aumentar os preços dos leilões.
"Enquanto não resolvermos este problema sobre a quantidade de frequências que temos à nossa disposição... há uma equação difícil de equilibrar", Sebastien Soriano, chefe do Arcep.
A Itália, um dos primeiros países europeus a oferecer frequências para serviços 5G, surpreendeu os mercados ao arrecadar 6,5 bilhões de euros para os cofres públicos em seu leilão de 5G, provocando arrepios em investidores de telecomunicações.
"No passado, o argumento financeiro pode ter sido importante, talvez muito importante, mas as opiniões mudaram", disse Soriano.
"Há espaço para sermos criativos. Agora, nós precisamos encontrar as ideias certas e isso não é fácil."
Países com problemas fiscais na Europa usaram tipicamente leilões de espectro de telefonia móvel, que fornecem matéria-prima para as operadoras de telefonia móvel desenvolverem redes, como um gerador de dinheiro fácil em tempos de baixa receita do Estado.
Mas as preocupações estão aumentando em relação aos riscos que poderiam dificultar investimentos muito necessários em nova infraestrutura móvel, que poderia conectar desde veículos autônomos até transporte público e objetos inteligentes sob a tecnologia 5G.
"Enquanto nós não resolvermos esse problema sobre a quantidade de frequências que nós temos à nossa disposição... é uma equação difícil de solucionar", disse Soriano.
"Eu não posso dizer que a Itália é um exemplo inverso, enquanto eu não tiver encontrado a solução para que não façamos a mesma coisa."
A França ainda tem alguns meses para encontrar a resposta para essa equação e o trabalho começa nesta sexta-feira, com uma consulta pública sobre a atribuição de frequências, que deve durar até 19 de dezembro.
O último leilão de espectro em 2015 arrecadou 2,8 bilhões de euros para os cofres do Estado francês.
(Por Mathieu Rosemain e Gwénaëlle Barzic)