BRUXELAS (Reuters) - Isentar alguns aplicativos online, como Facebook, do limite de dados mensal dos clientes e tratá-los como gratuitos está sendo visto como a próxima fronteira em uma batalha sobre como as operadoras de telecomunicações podem gerenciar o tráfego em suas redes, com os reguladores se preparando para apoiar as primeiras regras de "neutralidade da rede" da Europa.
O Berec, entidade que compreende os órgãos reguladores de telecomunicações dos 28 países da União Europeia, produziu nesta segunda-feira um conjunto de projetos de diretrizes para como implementar as regras de neutralidade da rede que exigem que operadoras como Orange, Deutsche Telekom e Telefónica tratem todo o tráfego de internet igualmente.
Decidir se deve ser permitido que os operadores dediquem uma parte de suas redes para certos serviços, como cuidados de saúde remotos, será muito mais simples que decidir se oferecer ou conteúdo gratuito, como Facebook e Spotify, viola o princípio da neutralidade da rede, disse à Reuters o chefe do ARCEP, órgão regulador de telecomunicações da França, Sebastien Soriano.
"Isto está realmente em uma área cinzenta da regulamentação", disse Soriano, que presidirá o Berec no ano que vem.
As regras de neutralidade da rede da União Europeia, não permitem explicitamente a prática de "zero-rating" - ou seja, isentar certos aplicativos do limite de dados do cliente - nem a proíbem, deixando os reguladores em um dilema.
(Por Julia Fioretti)