Por David Shepardson
(Reuters) - Três influentes senadores dos Estados Unidos pediram nesta quinta-feira que o Google, da Alphabet (NASDAQ:GOOGL), explique por que demorou em divulgar vulnerabilidades encontradas em sua rede social Google+.
A empresa afirmou nesta semana que desativou a versão para usuários do Google+ e vai tornar suas políticas de compartilhamento de dados mais rígidas, depois de revelar que os dados de perfil privado de pelo menos 500 mil usuários podem ter sido expostos a centenas de desenvolvedores externos.
A carta do senador John Thune, que preside o Comitê de Comércio, e de dois outros senadores que presidem subcomissões - Jerry Moran e Roger Wicker - pediu que o Google explique o atraso na divulgação da violação.
"O Google deve ser mais acessível ao público e aos legisladores se a empresa quiser manter ou reconquistar a confiança dos usuários de seus serviços", disse a carta.
A empresa não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários.
A carta também questionou se a vulnerabilidade foi revelada anteriormente a alguma agência federal, incluindo a Comissão Federal de Comércio dos EUA, e se houve "incidentes semelhantes que não tenham sido divulgados publicamente".
O presidente-executivo do Google, Sundar Pichai, concordou no mês passado em testemunhar diante de um painel da Câmara dos EUA em novembro, após uma reunião com legisladores.
A empresa reconheceu que havia cometido erros anteriores em questões de privacidade em um testemunho escrito perante o Comitê de Comércio do Senado no mês passado, mas não citou a vulnerabilidade do Google+.
Os três senadores republicanos disseram estar "especialmente desapontados" com o fracasso do diretor de privacidade do Google, Keith Enright, em divulgar a questão.
Os legisladores norte-americanos também pediram que a empresa entregue um memorando, relatado pelo Wall Street Journal no início desta semana, em que o Google teria dito que um fator para não divulgar o assunto anteriormente foi que a vulnerabilidade atrairia "interesse regulatório imediato" e seria "quase (certo)" que Pichai teria que testemunhar perante o Congresso. Os senadores chamaram o memorando de "perturbador".
Violações maciças de privacidade de dados comprometeram as informações pessoais de milhões de usuários de redes sociais nos Estados Unidos, enquanto o Congresso e a administração do presidente norte-americano, Donald Trump, estão procurando maneiras de criar novas proteções nacionais de privacidade.
(Por David Shepardson)