Por Arshad Mohammed e Joseph Menn
WASHINGTON (Reuters) - Quando um militar da reserva dos Estados Unidos, de 51 anos, contou em um pedido de autorização de um controle de segurança que teve um caso de 20 anos com a esposa de um ex-colega de faculdade, isso deveria ter permanecido como um segredo entre ele e o governo.
A divulgação na semana passada de que hackers haviam invadido um banco de dados contendo esse tipo de informação íntima, e possivelmente prejudicial, sobre milhões de funcionários públicos e privados abalou Washington.
A invasão da base de dados do Escritório de Gestão de Pessoal (OPM, na sigla em inglês) da Casa Branca poderia fornecer um tesouro para os espiões estrangeiros.
O caso do militar, informado por ele quando se candidatou a um emprego em uma empresa do setor de defesa e entrou com um pedido de permissões de acesso a áreas de segurança, é apenas um exemplo do potencial dos dados, do constrangimento e até mesmo chantagem decorrente da pirataria.
O homem tinha escondido o caso de sua esposa por duas décadas antes de divulgá-lo em um documento do governo chamado Formulário Padrão 86 (SF 86), preenchido por milhões de norte-americanos que procuram as habilitações de segurança.
Na decisão de um juiz, publicada no site do Pentágono, consta que ele deveria manter seu certificado de segurança porque revelou seu caso ao governo. Seu nome não aparece na sentença do juiz administrativo.
A divulgação de dados da OPM que tinham sido alvo de hackers causou arrepios na espinha de atuais e ex-funcionários do governo dos EUA quando se deram conta de que seus segredos sobre sexo, drogas e dinheiro poderiam estar nas mãos de um governo estrangeiro.
(Reportagem adicional de Mark Hosenball)