Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - Sites da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal foram alvos nos últimos dias de ataques de acesso muito utilizado por hackers que conseguiram derrubar temporariamente as páginas eletrônicas das duas instituições, afirmaram à Reuters quatro fontes da PF e comunicados oficiais da corporação e do STF.
Em nota, a PF disse que investiga o ataque cibernético que "gerou instabilidade em serviços prestados pela instituição nesta terça-feira".
"O acesso aos serviços já foi restabelecido e não foi detectado comprometimento aos sistemas e acessos a dados da instituição", diz a nota.
Uma das fontes da PF, com conhecimento direto do caso, disse que a corporação aguarda um relatório de análise dos incidentes para entender melhor o que ocorreu.
No caso da PF, segundo as fontes da corporação, tudo indica que houve nesta terça um ataque de negação de serviço, uma tentativa maliciosa de tornar indisponível um site ou recurso por sobrecarga de acesso. O endereço eletrônico da PF chegou a ser derrubado.
No caso do STF, segundo comunicado, o ataque de forma semelhante ocorreu na quinta-feira passada. Nesta terça, conforme a fonte, não houve nenhuma ocorrência.
"No último dia 29/08, sistemas do STF foram alvo de um DDoS (ataque de negação de serviço), ou seja, milhares de acessos simultâneos com o intuito de desequilibrar a rede e inviabilizar os serviços", disse o tribunal.
"Os sistemas ficaram inoperantes por menos de 10 minutos. A equipe técnica do tribunal agiu rapidamente, retirando os serviços do ar e implantando novas camadas de segurança, de modo que todos os acessos foram normalizados e não houve nenhum prejuízo operacional ao tribunal", completou.
Nas redes sociais, a publicação de um post do X mostra um perfil reivindicando ser o responsável dos ataques ao STF e à PF, que seria em retaliação à ordem do ministro do Supremo Alexandre de Moraes de ter suspendido o funcionamento da rede social no país.
O X foi bloqueado por Moraes na semana passada por não ter mais uma representação legal no país, em meio a uma série de descumprimentos de decisões judiciais de bloqueio de contas.
Uma fonte da PF, entretanto, disse que por ora não é possível verificar quem é o autor do ataque e se efetivamente foi uma ação hacker.