Por Carolina Mandl e Tatiana Bautzer
SÃO PAULO (Reuters) - O SoftBank Group Corp está em negociações com gestoras de capital de risco da América Latina para investir centenas de milhões de dólares em seus fundos, numa ação que provavelmente acelerará os desembolsos de seu fundo regional de 5 bilhões de dólares, disseram três fontes com conhecimento do assunto. Até o momento, o SoftBank anunciou apenas investimentos diretos usando os recursos do fundo, injetando capital no aplicativo de entrega colombiano Rappi, na plataforma de crédito Creditas, no aplicativo de academias Gympass, na empresa mexicana de pagamentos Clip, e na empresa de intermediação de aluguel de imóveis QuintoAndar, por exemplo. No entanto, o fundo do Softbank na América Latina também planeja investir em fundos de capital de risco como uma maneira de promover ainda mais a inovação na região, disseram as fontes. A estratégia também posicionará o SoftBank mais próximo de startups que eventualmente ficarão grandes o suficiente para receber os investimentos do grupo diretamente. Executivos do Softbank disseram aos gerentes de fundos que pretendem empregar cerca de 500 milhões de dólares em cinco a dez fundos, disse uma fonte. Pelo menos duas gestoras de capital de risco já garantiram recursos do SoftBank: a brasileira Valor Capital e a argentina Kaszek Ventures, que anunciou recentemente que levantou 600 milhões de dólares em capital novo e que já investiu em 70 startups da América Latina. Kaszek e Valor, que ainda está levantando um novo fundo, não comentaram o assunto. O SoftBank ainda está conversando com outras gestoras de ativos para investir em seus fundos. Uma delas é a Atlantico, empresa de capital de risco fundada há cinco meses por Julio Vasconcellos, co-fundador da Canary, uma empresa de investimentos focada no Brasil e com participação em 44 startups. Vasconcellos não respondeu imediatamente a um pedido da Reuters para comentar o assunto. O SoftBank também procurou a Monashees, uma das primeiras investidoras na 99, aplicativo brasileiro de transporte urbano adquirido pela chinesa Didi Chuxing por cerca de 1 bilhão de dólares, além do aplicativo de aluguel de bicicletas Yellow, da fintech Neon e da empresa de logística Loggi. No entanto, o Monashees não chegou a um acordo para receber financiamento do Softbank, de acordo com uma das fontes. A Monashees se recusou a comentar o assunto.