Por Andreas Rinke
BERLIM (Reuters) - O Partido Social Democrata da Alemanha (SPD) decidirá na terça-feira se adota uma proposta que poderia impedir a chinesa Huawei [HWT.UL] de participar do desenvolvimento de serviços 5G, o que pode elevar a tensão na sua aliança com a chanceler conservadora Angela Merkel.
O governo de esquerda e direita de Merkel quer endurecer a certificação técnica e a supervisão de fornecedores de equipamentos de telecomunicação, mas insiste que nenhum país ou vendedor deveria ser excluído.
A abordagem cautelosa de Merkel, que seus críticos dizem derivar dos temores de retaliação chinesa a empresas alemãs com grandes investimentos na China, enfrenta críticas de parlamentares de seu próprio partido e de seus parceiros minoritários do SPD.
Na semana passada, os social-democratas e parlamentares conservadores concordaram com um esboço que tornaria mais difícil para a Huawei participar da construção da infraestrutura de 5G móvel alemã.
A proposta, vista pela Reuters, estipula que fornecedores de países em que "a influência estatal sem supervisão constitucional, manipulação ou espionagem não podem ser descartadas categoricamente estão excluídas da rede, tanto a central quanto a periférica".
Mas após objeções do governo, parlamentares do SPD decidiram realizar uma votação interna da proposta na terça-feira.
Ralph Brinkhaus, líder do grupo conservador parlamentar, disse nesta segunda-feira que há conversas intensas em andamento para se encontrar uma solução aceitável para todos os envolvidos.
Todas as operadoras de telecomunicação da Alemanha são clientes da Huawei, e alertaram que barrá-la atrasaria o lançamento das redes 5G.
(Reportagem adicional de Markus Wacket e Christian Kraemer)