Por Lianne Back e Tova Cohen
REHOVOT, Israel (Reuters) - Os clientes de alguns restaurantes de alto padrão em breve poderão comer um bife feito em laboratório, graças a uma startup israelense que busca explorar as preocupações dos consumidores com saúde, meio ambiente e bem-estar animal.
Enquanto hambúrgueres e carne de frango de laboratório já estão em desenvolvimento em todo o mundo, a Aleph Farms de Israel afirma ser a primeira a desenvolver bifes em laboratório e está negociando com alguns restaurantes de alto padrão nos Estados Unidos, Europa e Ásia para colocá-lo no mercado em 2021.
Ela planeja inicialmente oferecer um bife minúsculo desenvolvido a partir de células retiradas de uma vaca, evitando a necessidade de abater o animal no processo ou usar antibióticos que podem ser prejudiciais para quem comê-lo.
A Aleph Farms espera ter seu produto em um número limitado de cardápios de restaurantes a partir de 2021, em fase de testes, visando um lançamento oficial em 2023, primeiro em restaurantes e depois em lojas.
Seu próximo produto será um bife maior com "as propriedades que gostamos e todos sabemos", disse Neta Lavon, vice-presidente de pesquisa e desenvolvimento.
Um de seus bifes - uma fatia fina de carne cozida - hoje custa cerca de 50 dólares, mas a Aleph Farms diz que espera reduzir isso até 2021 para apenas um pouco a mais dos preços atuais de bifes oferecidos em restaurantes. Eventualmente, a produção pode ser massificada, reduzindo o preço.
A demanda por substitutos tradicionais de carne está crescendo e analistas estimam que o mercado de carne feita a base de vegetais dos EUA, por exemplo, pode valer 100 bilhões de dólares até 2035.
O número de startups que produz carne desenvolvida em laboratório subiu de quatro no final de 2016 para mais de duas dezenas no ano passado, de acordo com a empresa de pesquisas de mercado Good Food Institute.