RIO DE JANEIRO (Reuters) - Mais de mil taxistas protestaram no Rio de Janeiro nesta sexta-feira contra o serviço de transporte urbano Uber [UBER.UL], bloqueando ruas e atrapalhando o trânsito pela manhã durante o horário de rush, à medida que cresce a polêmica na cidade sobre o aplicativo de serviços de carona.
O Uber Technologies respondeu oferecendo corridas gratuitas aos clientes para ajudar a aliviar problemas no transporte, no que chamou de "um dia difícil para se locomover" pela cidade.
A companhia está sob críticas em vários países do mundo, com taxistas reclamando que os motoristas do Uber não são regularizados apropriadamente e têm menos custos, o que os garante uma vantagem competitiva.
Vereadores em São Paulo e deputados do Distrito Federal já votaram para banir o Uber depois de protestos de taxistas locais. Os projetos ainda precisam de sanção do Executivo antes de entrarem em vigor.
No Rio, os táxis fizeram uma fila de 5 quilômetros ao longo do Aterro do Flamengo, importante via de ligação entre a zona sul e o centro da cidade. Os taxistas buzinavam e entoavam cantos de protestos.
"Nós queremos combater os (motoristas) ilegais. Nós somos os oficiais, nós temos uma responsabilidade, nós somos profissionais", disse Alexandre Campos, um taxista de Belo Horizonte que dirigiu 400 quilômetros até o Rio para participar do protesto.
Em comunicado, o Uber disse que defende a escolha do consumidor e que "inovação é crucial" em uma cidade como o Rio, "que tem uma população que precisa de mais opções e recebe milhões de turistas por ano".
A companhia também ofereceu às pessoas no Rio duas corridas gratuitas de até 50 reais de 7h às 19h, acompanhado de uma hashtag no Twitter "RIONAOPARA".
(Reportagem da Reuters TV, no Rio de Janeiro, e Stephen Eisenhammer, em Brasília)
(Reportagem de Juliana Schincariol)