Por Michael Elkins
O Morgan Stanley (NYSE:MS) reiterou a classificação de “overweight” (acima da média) é o preço-alvo de US$ 200 para a ação da Tesla (NASDAQ:TSLA), por considerar que a fabricante de veículos elétricos continua utilizando sua liderança de custos e margens elevadas para oferecer descontos aos clientes e gerar dificuldades para os concorrentes.
Após a apresentação do balanço do 1º tri da companhia, o Morgan Stanley discutiu com clientes o que as margens da Tesla, que são as maiores do setor, poderiam significar para as montadoras tradicionais. Se a Tesla utilizar sua liderança em custos na forma de descontos, isso colocaria em xeque o retorno econômico dos planos de gastos das montadoras tradicionais com veículos elétricos?
Os analistas acreditam que sim, a tal ponto de questionar se este não seria o momento de os Conselhos das montadoras tradicionais reconsiderarem a magnitude e o timing das suas despesas de capital e planos de pesquisa e desenvolvimento em VEs. Isso faria com os veículos com motores à combustão tivessem mais tempo de sobrevivência e permitiria que essas companhias gerassem caixa para enfrentar um cenário macroeconômico mais incerto.
Eles escreveram em nota:
"Antes mesmo de a Tesla reduzir os preços de entrada do Model Y nos EUA em quase 30% neste ano, já tínhamos dificuldade em ver como Detroit poderia obter um ROIC em seu investimento em VEs perto do seu custo médio ponderado de capital (WACC) ou mesmo uma margem positiva de lucro líquido operacional após impostos (NOPAT). A questão é agravada pelo risco potencial de que o investimento em automóveis tradicionais possa estar baseado em tecnologia de bateria desatualizada (potencialmente obsoleta), bem como em processos de fabricação e cadeias de suprimentos inseguras."
Os investidores podem estar se perguntando se Detroit teria outra escolha, a não ser continuar gastando com o avanço dos VEs. No entanto, os analistas não estão sugerindo que Detroit deva interromper completamente os gastos com VEs, mas que agora seria o momento de reconsiderar exatamente quando, onde, quanto e com quem tais gastos deveriam ser executados.
Apesar da tendência de pensar que Detroit estaria encurralado, escreveram os analistas, acreditamos que as melhores decisões podem ser feitas em momentos como esses. A “nova era” de competição da Tesla pode, talvez paradoxalmente, acelerar mudanças positivas na disciplina de capital de Detroit, complementaram.
As ações da TSLA fecharam o pregão de sexta-feira com uma alta de 1,28%, cotadas a US$ 165,08.