Por David Shepardson
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve assinar uma decisão executiva esta semana, barrando que empresas norte-americanas usem equipamentos de telecomunicações fabricados por empresas que representam risco à segurança nacional, abrindo caminho para a proibição de negócios com a chinesa Huawei, disseram três autoridades norte-americanas familiarizadas com o plano.
A ordem, que não citará países ou empresas específicos, está sendo analisada há mais de um ano, mas foi repetidamente adiada, disseram as fontes. Pode haver novo adiamento, disseram elas.
A ordem executiva invocará a Lei dos Poderes Econômicos de Emergência Internacional, que dá ao presidente a autoridade de regular o comércio em resposta a uma emergência nacional que ameaça os Estados Unidos. O pedido vai direcionar o Departamento de Comércio, trabalhando com outras agências do governo, a elaborar um plano para a execução, disseram as fontes.
Se assinada, a ordem executiva será publicada em um momento delicado nas relações entre os Estados Unidos e a China. Washington iniciou uma guerra comercial contra Pequim, com o primeiro lado elevando tarifas de importação sobre bilhões de dólares em produtos do outro, ação que foi retaliada com tarifas impostas sobre produtos norte-americanos.
Washington acredita que equipamentos fabricados pela Huawei, a terceira maior fabricante mundial de smartphones, podem ser usados pelo governo chinês para espionagem. A Huawei, que repetidamente negou as acusações, não comentou o assunto. A Casa Branca e o Departamento de Comércio não se pronunciaram.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang, disse durante uma reunião diária em Pequim nesta quarta-feira que os EUA estão "abusando de seu poder nacional" para "difamar deliberadamente" e suprimir certas empresas chinesas. "Isso não é honroso, nem é justo", disse ele.
"Pedimos aos EUA que parem de usar a desculpa das questões de segurança para suprimir empresas chinesas injustificadamente e forneçam um ambiente justo e não discriminatório para as empresas chinesas que realizam investimentos nos EUA."