(Reuters) - O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, repetiu nesta sexta-feira ataques feitos em sua campanha eleitoral contra a então rival democrata Hillary Clinton, dizendo que ela é “culpada pra caramba” e menosprezando as críticas dos apoiadores da ex-candidata de como o FBI lidou com uma investigação sobre seus emails.
O Departamento de Justiça norte-americano disse na quinta-feira que investigaria a decisão do FBI de anunciar um inquérito sobre os emails de Hillary pouco antes da eleição de 8 de novembro, uma medida que, segundo ela, foi um fator em sua derrota nas urnas.
“O que os apoiadores de Hillary Clinton estão reclamando a respeito do FBI. De acordo com as informações que eles tinham, ela nunca deveria ter tido permissão pra concorrer — culpada pra caramba”, disse Trump no Twitter.
“Eles foram MUITO bons com ela. Ela perdeu porque fez campanha nos Estados errados --sem entusiasmo!”
Na campanha eleitoral do ano passado, Trump frequentemente estimulou gritos de seus seguidores para que Hillary fosse presa, acusando-a de conduta ilegal sobre o uso de seu servidor privado de email para correspondência oficial na época em que foi secretária de Estado do presidente Barack Obama.
Em um debate em outubro, o magnata do setor imobiliário prometeu que Hillary “estaria na prisão” caso ele se tornasse presidente, mas depois disse que não a processaria.
Provou-se que alguns dos emails de Hillary continham informações confidenciais. O FBI, no fim das contas, decidiu por não levar o caso para indiciamento.
Democratas dizem que o anúncio do diretor do FBI, James Comey, sobre um novo inquérito a respeito dos emails prejudicou as chances da então candidata pouco antes das eleições, e ele enfrentou acusações de que suas medidas foram motivadas politicamente.
Comey disse, na quinta-feira, que o FBI vai cooperar com a investigação.
Trump, que tomará posse em 20 de janeiro, não terá poder de encerrar a investigação. A lei federal permite que presidentes dos EUA demitam investigadores de agências federais, contanto que o presidente dê ao Congresso uma justificativa escrita com 30 dias de antecedência.
(Por Redação Washington)