SÃO FRANCISCO, Estados Unidos (Reuters) - Oito meses depois de divulgar a ocorrência de um grande vazamento de dados, o serviço norte-americano de transporte individual Uber está focando esforços legais para saber mais sobre um endereço de Internet que segundo a empresa pode identificar o hacker. Esse endereço, disseram duas fontes próximas ao tema, pode levar ao diretor de tecnologia de sua principal rival nos EUA, a Lyft.
Em fevereiro, o Uber informou que mais de 50 mil nomes de seus motoristas e números de licenças foram vazados ilegalmente, e a companhia abriu um processo no tribunal federal de San Francisco em uma tentativa de descobrir quem era o invasor.
Os documentos apresentados pelo Uber à Justiça afirmam que uma pessoa não identificada acessou uma chave de segurança utilizada no vazamento. As duas fontes disseram que o endereço IP utilizado foi designado ao diretor de tecnologia da Lyft, Chris Lambert.
Os documentos legais não mostraram uma conexão direta entre o endereço IP da Comcast e o hacker. De fato, o endereço IP não foi o mesmo usado no vazamento ocorrido.
No entanto, o juiz norte-americano Laurel Beeler decidiu que a informação apresentada pelo Uber em uma intimação judicial da Comcast poderia "provavelmente" ajudar a revelar o responsável pelo vazamento.
Na segunda-feira, o porta-voz da Lyft, Brandom McCormick, disse que a companhia investigou o tema "muito tempo atrás" e concluiu que "não há evidência de que qualquer funcionário da Lyft, incluindo Chris, fez o download das informações do Uber, ou teve alguma coisa a ver com o vazamento de março de 2014".