SAN FRANCISCO (Reuters) - Um advogado do Uber disse a um juiz federal nesta quinta-feira que pretende registrar uma petição para forçar a arbitragem no caso do roubo dos segredos comerciais da Waymo, citando um acordo assinado por um antigo funcionário da Waymo, que está no centro do caso.
A Waymo, divisão de direção autônoma da gigante de tecnologia Alphabet, processou o Uber no mês passado, alegando que a empresa roubou segredos comerciais e usou-os para expandir rapidamente seu programa de veículo autônomo.
Na primeira aparição das partes diante do juiz William Alsup em San Francisco, Arturo Gonzalez, advogado do Uber, disse que um acordo de trabalho assinado por Anthony Levandowski quando trabalhou na Waymo tem uma "disposição de arbitragem muito ampla" que deveria ser usada. Levandowski agora trabalha para o Uber.
A arbitragem é um processo privado e uma maneira mais rápida e menos dispendiosa de resolver disputas do que ir a julgamento. Em uma arbitragem, o caso é ouvido por um árbitro escolhido mutuamente acordado pelos dois lados. O árbitro tem a autoridade exclusiva para fazer uma decisão, e em geral, não pode haver apelação da decisão do árbitro.
Em seu processo, a Waymo disse que antes de deixar a empresa, Levandowski baixou mais de 14 mil documentos confidenciais sobre o trabalho da Waymo no Lidar, um sensor importante usado em tecnologia autônoma.
Ao discutir como o pedido de uma liminar da Waymo para impedir o Uber de usar a tecnologia contestada pode ser afetado por uma moção para arbitragem, o juiz disse a Gonzalez: "Este não é um movimento frívolo".
"Vocês não recebem muitos casos em que há uma prova bastante direta de que alguém baixou 14 mil documentos e saiu no dia seguinte", disse Alsup.
Gonzalez explicou a intenção de buscar a arbitragem dizendo: "Não sei se o tribunal se perguntou por que os indivíduos (mencionados na queixa) não são réus. Aqui está a resposta, porque há um acordo de trabalho que tem um ampla arbitragem".
"Nós pretendemos registrar a permissão para pedir a arbitragem dentro de duas semanas", disse Gonzalez.
O advogado da Waymo Charles Verhoeven confirmou que Levandowski assinou um acordo que incluía disposições de não divulgação.
(Por Alexandria Sage)