(Reuters) - "As coisas não têm que mudar o mundo para serem importantes", disse o co-fundador da Apple Steve Jobs numa entrevista em 1996.
Suas palavras soam verdadeiras duas décadas depois, após as vendas do iPhone 7 e do 7 Plus, de design similar aos de modelos anteriores, superarem expectativas do mercado e recolocaram a Apple na liderança do mercado mundial de smartphones após um hiato de cinco anos.
As vendas, porém, ajudaram a elevar as expectativas do mercado no sentido de que a edição de 10 anos do aparelho terá que ter recursos revolucionários para disparar uma forte alta nas vendas.
"Pode-se dizer que o iPhone 7/7+ cumpriram seu papel como uma ponte para o novo ciclo em 2017", disseram analistas da Cowen em relatório.
As ações da Apple subiam 5,8 por cento nesta quarta-feira, para o maior nível em 18 meses. O movimento ocorre um dia depois que a companhia destronar a sul-coreana Samsung da liderança do mercado global de smartphones.
No pico do dia, o valor de mercado da Apple crescia em mais de 36 bilhões de dólares.
A Apple vendeu 78,29 milhões de iPhones no trimestre fiscal encerrado em dezembro ante 74,78 milhões no mesmo período do ano anterior. Analistas, em média, esperavam vendas de 77,42 milhões de aparelhos.
As vendas refletem o primeiro trimestre cheio de vendas do iPhone 7 e ocorreram no momento em que a demanda global por smartphones está desacelerando e alternativas mais baratas, baseadas no sistema operacional Android, estão inundando o mercado. O desempenho da Apple também pode ter pego carona na recall global do Galaxy Note 7, da Samsung.
As fortes vendas do iPhone 7 preparam o cenário para o décimo aniversário do iPhone, o qual analistas esperam que seja equipado com uma tela mais avançada com tecnologia Oled e opção de carregamento sem fio de bateria.
A Apple normalmente lança novos modelos do iPhone em setembro e usuários tendem a atualizar seus modelos quando um novo iPhone apresenta mudanças de design significativas. O último salto de vendas do iPhone ocorreu com o lançamento do modelo 6, em 2015.
Ao menos 12 corretoras elevaram expectativas de preço para as ações da Apple. As mais otimistas de todas, Stifel Nicolaus e RBC Capital Markets, elevaram seus preços-alvo em 15 dólares.
(Por Supantha Mukherjee e Rishika Sadam)