VIENA (Reuters) - Uma das pinturas mais famosas de Gustav Klimt, o quadro "Beethoven Frieze", não vai ser devolvido aos herdeiros do ex-dono judeu da obra, em um caso que testou as leis austríacas de restituição de artes saqueadas.
A lei, muitas vezes abrangendo casos ligados ao passado nazista do país, foi modificada em 2009 para incluir trabalhos que foram vendidos, além dos roubados, mas cujos donos foram colocados sob pressão para se desfazer de seus propriedades.
O quadro "Beethoven Frieze", de 34 metros de comprimento e que faz uma homenagem ao compositor da Nona Sinfonia, pertencia à família Lederer, judeus que foram para a Suíça quando a Alemanha nazista anexou a Áustria em 1938. A extensa coleção de arte da família foi apreendida.
Erich Lederer pegou a pintura de 1902 de volta após a Segunda Guerra Mundial, mas a Áustria não o deixou exportar suas outras obras de arte a menos que a vendesse ao Estado com um desconto, disseram os advogados da família. Lederer vendeu o quadro por 750 mil dólares nos anos 1970.
O governo austríaco, que devolveu diversos trabalhos do quase contemporâneo de Klimt, Egon Schiele, para os herdeiros de Lederer em 1999, disse que vai cumprir a decisão de um painel que decidiu que a pintura foi legalmente vendida ao Estado.
(Reportagem de Shadia Nasralla) 2015-03-06T135057Z_1006900001_LYNXMPEB250LY_RTROPTP_1_CULTURA-ARTE-AUSTRIA-KLIMT.JPG