Por Ben Dangerfield e Natalie Thomas
LONDRES (Reuters) - As pessoas saboreavam seus primeiros drinques em mais de três meses, iam a restaurantes e finalmente cortavam o cabelo neste sábado, enquanto a Inglaterra dava seus passos mais largos até agora rumo à retomada da vida normal após o bloqueio do coronavírus.
Alguns bares começaram a atender a partir das 6h, gerando preocupações de excesso de leniência com relação ao que a mídia chamou de "Super Sábado", com restrições sendo atenuadas. Foi relatado que alguns cabeleireiros abriram ao bater da meia-noite.
"É lindo voltar e tomar uma cerveja", disse Jim Martin, um carpinteiro de 56 anos que desfruta de uma bebida no pub The Holland Tringham, no sul de Londres, parte da rede JD Wetherspoon. O pub abriu às 8h e por volta de 11h20 já estava com cerca de 75% da capacidade preenchida.
Julie Scott, uma professora de 43 anos, estava lá com a família para beber e comer.
"Acho que é onde todos se socializam e encontram pessoas que não viam... apenas nos reunirmos já é bom", disse ela.
Outros reclamaram que o bloqueio, iniciado no final de março e gradualmente diminuído nas últimas semanas, durou muito tempo.
"Já era hora de eles abrirem", disse o aposentado Ron Lock.
Os chefes de polícia temiam que a reabertura de bares pudesse alimentar comportamentos bêbados e irresponsáveis, enquanto hospitais foram avisados para se prepararem para um fim de semana ao estilo véspera de Ano Novo.
"Há um elemento de descompressão acontecendo, particularmente com pessoas mais jovens que tiveram pais muito responsáveis as prendendo nas últimas semanas", disse Marc Jones, comissário de polícia e crime do condado de Lincolnshire, à rádio BBC.
A Grã-Bretanha foi o país europeu mais afetado pelo coronavírus, com mais de 300 mil infecções e um número oficial de mortes de 44.131.
O governo do primeiro-ministro Boris Johnson enfrentou críticas da oposição pelo tratamento à pandemia --incluindo sobre um bloqueio mais tardio do que em outras partes da Europa-- e agora está ansioso para que a abalada economia se mova novamente.