Uma pesquisa realizada em Israel mostra que a grande maioria dos israelenses (86%) considera que o ataque surpresa do Hamas no sábado (7.out.2023) foi uma falha do primeiro-ministro de país, Benjamin Netanyahu. As informações são do jornal The Jerusalem Post.
Segundo o levantamento, 79% dos apoiadores da coalizão do governo do primeiro-ministro de Israel afirmaram que ele é o culpado pela entrada de extremistas no território israelense e pelo conflito contra o grupo. Os números são de pesquisa feita pelo instituto Dialog Center com 620 entrevistados.
Mais da metade dos israelenses (56%) também disse que Netanyahu deve renunciar ao cargo ao final da guerra contra o Hamas. Entre aqueles que votaram na coalizão do governo israelense, 28% concordam com a saída do primeiro-ministro. Outros 52% esperam que o ministro da Defesa do país, Yoav Gallant, renuncie.
Além disso, 9 a cada 10 (94%) entrevistados disse que o governo israelense deve assumir alguma responsabilidade pela suposta falta de preparo na segurança que resultou no ataque do Hamas, enquanto 75% afirmaram que a administração israelense é a principal culpada pelas invasões.
Segundo o The Jerusalem Post, a maior parte dos entrevistados pelo Dialog Center responderam que não confiam no atual governo para liderar a guerra na Faixa de Gaza. Outros 92% disseram ainda que a guerra no país está causando “ansiedade”.
ENTENDA O CONFLITO
Embora seja o maior conflito armado na região nos últimos anos, a disputa territorial entre palestinos e judeus se arrasta por décadas. Os 2 grupos reivindicam o território, que possui importantes marcos históricos e religiosos para ambas as etnias.
O Hamas (sigla árabe para “Movimento de Resistência Islâmica”) é a maior organização islâmica em atuação na Palestina, de orientação sunita. Possui um braço político e presta serviços sociais ao povo palestino, que vive majoritariamente em áreas pobres e de infraestrutura precária, mas a organização é mais conhecida pelo seu braço armado, que luta pela soberania da Faixa de Gaza.
O grupo assumiu o poder na região em 2007, depois de ganhar as eleições contra a organização política e militar Fatah, em 2006.
A região é palco para conflitos desde o século passado. Há registros de ofensivas em 2008, 2009, 2012, 2014, 2018, 2019 e 2021 entre Israel e Hamas, além da 1ª Guerra Árabe-Israelense (1948), a Crise de Suez (1956), Guerra dos 6 Dias (1967), Guerra do Yom Kippur (1973), a 1ª Intifada (1987) e a 2ª Intifada (2000). Entenda mais aqui.
Os atritos na região começaram depois que a ONU (Organização das Nações Unidas) fez a partilha da Palestina em territórios árabes (Gaza e Cisjordânia) e judeus (Israel), em 1947, na intenção de criar um Estado judeu. No entanto, as lideranças árabes não aceitaram a divisão.
ATAQUE A ISRAEL
O Hamas, grupo radical islâmico de orientação sunita, realizou um ataque surpresa a Israel no sábado (7.out). Israel declarou guerra contra o Hamas e começou uma série de ações de retaliação na Faixa de Gaza, território palestino que faz fronteira com Israel e é governado pelo Hamas.
Os ataques do Hamas se concentram ao sul e ao centro de Israel. Caso o Hezbollah faça novas investidas na fronteira com o Líbano, um novo foco de combate pode se estabelecer ao norte de Israel.
O tenente-coronel israelense Richard Hecht afirmou que o país “olha para o Norte” e que espera que o Hezbollah “não cometa o erro de se juntar [ao Hamas]”.