SÃO PAULO (Reuters) - O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, responsabilizou nesta sexta-feira o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), que busca a reeleição, pela fraco desempenho da economia brasileira, que entrou em recessão técnica no segundo trimestre.
"Hoje é um dia triste para o Brasil, o país entrou em recessão técnica", disse Aécio a jornalistas em São Paulo.
"Na verdade, o governo do PT terminou antes da hora e o legado será crescimento baixo, investimento baixo, com inflação alta, juros altos e uma perda crescente da confiança na nossa economia, o que impacta nos investimentos e no emprego."
O Produto Interno Bruto do Brasil caiu 0,6 por cento no segundo trimestre sobre os primeiros três meses do ano, com forte retração nos investimentos e na indústria, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira.
Como o resultado do primeiro trimestre sobre os últimos meses de 2103 foi revisado para contração de 0,2 por cento, o país entrou no que os economistas chamam de recessão técnica, que é quando a atividade econômica cai por dois trimestres seguidos.
"Mais do que nunca fica claro que este modelo que está aí fracassou", disse Aécio, acrescentando que é preciso mudar e que ele representa a mudança consistente.
"Na verdade o atual governo fracassou, e fracassou principalmente na condução da economia brasileira."
Perguntado sobre as últimas pesquisas eleitorais --nas quais aparece em terceiro lugar, atrás de Marina Silva, nova candidata do PSB, que se aproxima de Dilma no primeiro turno e bate a petista no segundo turno--, Aécio voltou a criticar o que chamou de "mudança do improviso".
"A grande questão que se colocará daqui por diante é: que mudança nós queremos para o Brasil? A mudança do improviso ou a mudança consistente, verdadeira, que pode levar o Brasil a um novo patamar de desenvolvimento?"
Antes das declarações de Aécio, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o PIB do segundo trimestre foi afetado por menos dias úteis e que já está havendo crescimento neste trimestre e que a perspectiva é de crescimento moderado no período de julho a setembro.
(Reportagem de Pedro Belo)