Por Robin Emmott
BRUXELAS (Reuters) - A União Europeia assegurou ao presidente Mahmoud Abbas que apoia seu plano de ter Jerusalém Oriental como capital de um Estado palestino, na mais recente rejeição do bloco à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
Em um encontro em Bruxelas com ministros das Relações Exteriores da União Europeia, Abbas repetiu seu pedido para ter Jerusalém Oriental como capital e pediu para governos da UE reconhecerem um Estado palestino imediatamente, argumentando que isto não irá interromper negociações com Israel sobre um acordo de paz para a região.
Embora Abbas não tenha feito referência à ação de Trump sobre Jerusalém ou à visita do vice-presidente dos EUA, Mike Pence, à cidade nesta segunda-feira, sua presença na sede da UE em Bruxelas foi tomada por autoridades europeias como uma chance de reafirmar oposição à decisão de Trump de 6 de dezembro de transferir a embaixada norte-americana para Jerusalém.
A chefe de política externa da UE, Federica Mogherini, no que aparentou ter sido uma referência velada ao reconhecimento de Trump de Jerusalém como capital de Israel, pediu para os envolvidos no processo falarem e agirem “sabiamente”, com um senso de responsabilidade.
“Eu quero reassegurar ao presidente Abbas o firme comprometimento da União Europeia à solução de dois Estados com Jerusalém como capital compartilhada dos dois Estados”, disse Mogherini.
Antes da chegada de Abbas, Mogherini foi mais direta, dizendo: “Claramente há um problema com Jerusalém. Este é um eufemismo muito diplomático”, em referência à posição de Trump.
Embora nove governos da União Europeia, incluindo Suécia e Polônia, já reconheçam a Palestina, o bloco de 28 nações diz que tal reconhecimento deve ser feito como parte de um acordo de paz.
(Reportagem adicional de Alastair Macdonald, em Bruxelas, e Marja Novak, em Ljubljana)