LOS ANGELES (Reuters) - A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos, o organismo que escolhe os prêmios do Oscar, adotou um código de conduta e alertou seus membros que se reserva o direito de expulsar qualquer um que ignore as novas regras.
O código de conduta, enviado a mais de 8 mil membros no final da quarta-feira e a organizações de mídia nesta quinta-feira, vem na esteira da expulsão do produtor de cinema Harvey Weinstein da Academia em outubro devido a acusações de assédio e agressão sexual feitas por mais de 50 mulheres.
Weinstein, que negou ter feito sexo não-consensual com qualquer pessoa, foi somente a segunda pessoa a ser excluída da Academia em seus 90 anos de história. A Reuters não conseguiu verificar as acusações imputadas a Weinstein.
Estas alegações foram seguidas por múltiplas acusações de assédio e agressão sexual contra atores, produtores de cinema, diretores e agentes de talentos que abalaram Hollywood. Figuras de renome da mídia e da política também têm enfrentado acusações semelhantes.
Kevin Spacey, vencedor do Oscar e integrante da Academia, pediu desculpas por um incidente de suposta conduta sexual inadequada, mas não se pronunciou a respeito de acusações feitas por mais de 30 outras pessoas.
Desde então ele foi retirado da série "House of Cards", da Netflix, e suas cenas no filme ainda inédito "Todo o Dinheiro do Mundo" foram regravadas por outro ator. A Reuters não conseguiu verificar as acusações contra Spacey.
A carta enviada na quarta-feira pela presidente da Academia, Dawn Hudson, que incluiu o código de conduta, também disse que uma força-tarefa criada pela entidade está trabalhando para "finalizar procedimentos para tratar de alegações de má conduta, de forma que possamos abordá-las justa e prontamente". Nem a carta nem o código mencionaram qualquer nome.
O código de conduta diz que "não há lugar na Academia para pessoas que abusam de seu status, poder ou influência de maneira que viole padrões reconhecidos de decência".
(Reportagem de Jill Serjeant)