Por Tom Hals
WILMINGTON, Delaware (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu a seus advogados para salvarem suas perspectivas minguantes de reeleição, mas especialistas jurídicos disseram que a avalanche de ações tem pouca chance de mudar o resultado da eleição presidencial -- podendo, entretanto, semear dúvidas sobre o processo.
Nesta quinta-feira, vendo o caminho de Trump para a vitória se estreitar, sua equipe acelerou as contestações legais e apresentou seu processo mais recente em Nevada.
Na quarta-feira, a equipe do presidente apresentou ações no Michigan, na Geórgia e na Pensilvânia e pediu para se integrar a um caso pendente na Suprema Corte dos EUA.
Especialistas disseram que o litígio serve para prorrogar a contagem de votos e adiar um eventual anúncio de vitória de Biden na mídia, o que teria implicações políticas nefastas para Trump.
"A manobra legal atual é principalmente uma maneira de a equipe de Trump tentar prorrogar o jogo na esperança vaga de alguma anomalia grave emergir", disse Robert Yablon, professor da Escola de Direito da Universidade de Wisconsin-Madison. "Até o momento, não vimos nenhum indício de irregularidades sistemáticas na contagem de votos".
Na quarta-feira, o gerente de campanha de Trump, Bill Stepien, disse em um comunicado que as ações judiciais visam garantir que os votos legais sejam contados.
"As ações não têm mérito", disse Bob Bauer, parte da equipe legal e Biden. "Elas são concebidas para dar à campanha de Trump a oportunidade de argumentar que a contagem de votos deveria parar. Não parará".
Para as ações terem impacto, a corrida teria que depender dos desfechos em um ou dois Estados separados por alguns milhares de votos, de acordo com especialistas.
No Michigan e na Pensilvânia, Trump pediu aos tribunais que interrompessem temporariamente a contagem de votos porque observadores de sua equipe supostamente foram impedidos de acessar o processo de contagem.
Na Suprema Corte, a equipe está tentando invalidar votos enviados pelo correio que tiverem sido enviadas até o dia da votação, mas que chegarem no final de sexta-feira, na Pensilvânia.
Na Geórgia, a equipe de Trump pediu a um juiz que exija que o condado de Chatham separe cédulas que chegaram tarde para que elas não sejam contadas -- mas o caso foi rejeitado nesta quinta-feira, de acordo com a agência de notícias Associated Press.
Especialistas disseram que ações civis e alegações de fraude visam suavizar o golpe da perda da Presidência questionando o processo.