MOSCOU (Reuters) - Um acordo preliminar entre seis potências mundiais e o Irã sobre o programa nuclear de Teerã não levará a uma nova corrida armamentista, disse o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, em declarações publicadas nesta segunda-feira.
O acordo alcançado na última quinta-feira por Irã, Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Alemanha, China e Rússia restringe as pesquisas nucleares irianianas por pelo menos uma década e gradualmente retira sanções impostas pelo Ocidente ao país.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que um acordo final baseado nos termos fechados na cidade suíça de Lausanne ameaçaria a sobrevivência de seu país e aumenta o risco de uma proliferação nuclear no Oriente Médio.
Mas Lavrov, cujo país participou das negociações em Lausanne, disse: "Não há motivos para uma corrida armamentista."
E acrescentou: "O Irã será um dos país mais checados e inspecionados se os princípios acordados em Lausanne forem transferidos para a linguagem de acordos práticos." As declarações de Lavrov foram feitas em entrevista a Dmitry Kiselyov, chefe da organização estatal de notícias Segodnya.
Em trechos da entrevista publicados pela agência de notícias russa RIA, Lavrov culpa os Estados Unidos e a Europa pelos atrasos na obtenção de um acordo na semana passada.
Ele também disse que o fim das sanções vai ajudar a Rússia, porque vai permitir que o Irã pague integralmente pelos acordos com a agência nuclear russa Rosatom.
(Reportagem de Timothy Heritage)