BERLIM (Reuters) - A melhor maneira de abordar os temores internacionais a respeito do papel do Irã em sua região e seu programa de mísseis balísticos é no âmbito do acordo nuclear, mesmo depois da saída dos Estados Unidos, disse a chanceler alemã, Angela Merkel.
"A questão é se você consegue conversar melhor se anular um acordo ou ficando nele... dizemos que se consegue conversar melhor ficando nele", disse Merkel aos parlamentares da Câmara baixa do Parlamento nesta quarta-feira.
Nesta semana potências europeias prometeram manter o pacto nuclear de 2015 vivo mesmo sem os EUA tentando proteger os setores iranianos de petróleo e de investimentos, mas admitiram que terão dificuldade para oferecer as garantias que Teerã deseja.
O acordo entre o Irã e seis potências mundiais suspendeu a maioria das sanções internacionais em 2016 em troca da contenção do programa nuclear do regime sob a vigilância rígida da agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU).
"Este acordo é tudo, menos ideal, mas o Irã está, de acordo com todo o conhecimento das autoridades nucleares internacionais, se atendo aos compromissos do acordo", disse Merkel.
Na semana passada o presidente norte-americano, Donald Trump, abandonou o pacto que classificou como "o pior acordo da história" e reativou as sanções dos EUA contra o Irã.
"Apesar de todas as dificuldades que temos nos dias atuais, o relacionamento transatlântico é e continua sendo essencial", afirmou a chanceler aos parlamentares. "Mas estes relacionamentos transatlânticos também devem ser capazes de lidar com diferenças de opinião."
(Por Michelle Martin)