Por Brendan McDermid e Stephen Maturen
KENOSHA, EUA (Reuters) - Um adolescente foi preso e acusado de homicídio nesta quarta-feira depois que duas pessoas foram mortas e uma terceira ficou ferida por tiros disparados durante protestos contra ação de policiais que balearem um homem negro em Kenosha, no Estado norte-americano do Wisconsin, disseram autoridades judiciais.
A cidade à beira de um lago virou palco de tumultos civis desde domingo, quando a polícia atingiu Jacob Blake, de 29 anos, nas costas a pouca distância. O incidente gravado em vídeo reviveu os protestos contra o racismo e violência policial, que eclodiram nos Estados Unidos no início do verão no país.
Enquanto cenas de vandalismo e incêndios criminosos, que destruíram vários comércios, marcaram as duas primeiras noites de protestos, a terceira noite tornou-se letal quando manifestantes e membros de milícia armados, em sua maioria brancos, que disseram estar protegendo o comércio local, começaram a entrar em confronto nas ruas.
"O que parece é que um membro de um grupo de milícia, que decidiu ser um justiceiro e fazer justiça com as próprias mãos e acabar com os manifestantes inocentes", disse o vice-governador de Wisconsin, Mandela Barnes, à emissora MSNBC nesta quarta-feira, antes que a prisão fosse informada.
O suposto atirador no tiroteio, identificado como Kyle Rittenhouse, um jovem de 17 anos de Antioch, Illinois, foi preso e acusado de homicídio em conexão com os tiros disparados durante a noite, de acordo com documentos judiciais.
O gabinete do defensor público em Lake County, Illinois, onde Rittenhouse estava detido enquanto aguardava a transferência para Wisconsin, não quis emitir comentários.
A violência coincidiu com a segunda noite da Convenção Nacional Republicana, que indicou o presidente norte-americano, Donald Trump, como candidato do partido na eleição de 3 de novembro. Trump fez das repressões, por meio da "lei e ordem" contra protestos violentos, uma peça central de sua campanha pela reeleição.