Por Crispian Balmer
ROMA (Reuters) - Adversários de Silvio Berlusconi acusaram nesta segunda-feira o ex-primeiro-ministro de ser culpado por um surto de imigração à Itália nos anos recentes, à medida que campanhas para a eleição nacional se tornam cada vez mais ferozes.
O período até a eleição de 4 de março foi abalado no fim de semana quando um neonazista atirou e feriu seis imigrantes africanos na região central da Itália, em um ataque de motivação racial após um nigeriano ser preso por suspeita de matar um jovem local.
Embora tenha denunciado o atirador como “insano”, Berlusconi, cuja coalizão de centro-direita está liderando nas pesquisas de opinião, adotou no domingo uma nova linha-dura sobre imigração, dizendo que centenas de milhares de imigrantes ilegais na Itália são uma “bomba-relógio social pronta para explodir”.
O bilionário de 81 anos acusou os imigrantes de viverem “sem juízo e no crime” e disse que irá iniciar deportações em massa caso consiga ao lado de seus aliados de direita poder no mês que vem.
O governista Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, tem sido criticado por adversários por não fazer mais durante os últimos quatro anos para conter o fluxo de cerca de 625 mil imigrantes à Itália – a maior parte deles saindo da Líbia, que entrou em caos após a Otan derrubar o ex-líder Muammar Gaddafi em 2011.
“Se imigrantes vêm à Itália é porque alguém foi à guerra com a Líbia, e o primeiro-ministro era Berlusconi”, disse o líder do PD, Matteo Renzi, acrescentando que imigrantes ficaram presos na Itália por conta de um pacto de refugiados da União Europeia que Berlusconi assinou em 2003.
O líder do anti-establishment Movimento 5-Estrelas também disse que Berlusconi é amplamente responsável pela crise imigratória.
“Quando você começa a perder a memória aos 81, é preocupante para todo o país”, disse Luigi Di Maio. “Berlusconi é responsável pela bomba social que é a imigração. Isto está fora de controle por conta dele e por conta da centro-esquerda”.