Por Elida Moreno
CIDADE DO PANAMÁ (Reuters) - O chefe de um escritório de advocacia do Panamá que foi alvo de um grande vazamento de dados financeiros internacionais negou no domingo ter cometido qualquer irregularidade, e disse que sua empresa é vítima de "uma campanha internacional contra a privacidade".
O jornal alemão Suddeutsche Zeitung disse ter recebido um total de 11,5 milhões de documentos vazados do centro de dados do escritório de advocacia, e compartilhou os documentos com mais de 100 outros meios de comunicação internacionais, assim como o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês).
Ramon Fonseca, diretor do escritório panamenho Mossack Fonseca, especializado na abertura de companhias offshore, disse em entrevista por telefone à Reuters que sua empresa sofreu um bem-sucedido, porém "limitado", ataque cibernético.
Fonseca, cofundador da firma e até março importante autoridade do governo do Panamá, disse que sua firma formou mais de 240 mil companhias, acrescentando que a "grande maioria" foi usada para "fins legítimos".
O relatório do ICIJ publicado no domingo detalha bilhões de dólares de transações financeiras obscuras feitas por diversas contas offshore.
Os documentos apreendidos apontam que a Mossack Fonseca criou ou gerenciou cerca de 100 empresas offshore para ao menos 57 indivíduos ou empresas já relacionados ao esquema de corrupção na Petrobras (SA:PETR4)> investigado pela operação Lava Jato, de acordo com reportagens.