Por Charlotte Greenfield
ISLAMABADE (Reuters) - Os advogados do ex-primeiro-ministro paquistanês Imran Khan não conseguiram se comunicar com ele neste domingo, depois que o político passou a noite em uma prisão perto da capital, após ser detido no dia anterior condenado por corrupção, disseram porta-vozes.
Khan foi levado de sua casa em Laore no sábado pela polícia, e transferido para a prisão Attock, nos arredores de Islamabade, onde um tribunal o condenou por acusações decorrentes da venda de presentes de Estado.
A condenação provavelmente significa que Khan, um ex-astro do críquete que se tornou político, será impedido de concorrer na próxima eleição nacional.
"A prisão de Attock é uma zona 'proibida' para (sua) equipe jurídica, bem como para os moradores nas proximidades", disse Naeem Haider Panjotha, porta-voz de Khan para assuntos jurídicos, acrescentando que eles não puderam levar comida para ele ou providenciar a assinatura de documentos legais importantes.
Um pedido de comentário sobre o acesso de Khan a seus advogados foi encaminhado pelo ministro da Informação do Paquistão às autoridades provinciais de Punjab, onde fica a prisão. O principal funcionário de informações de Punjab não respondeu a um pedido de comentário.
Outro porta-voz de Khan, Zulfi Bukhari, disse à Reuters que os advogados do ex-premiê estavam esperando na cidade de Attock perto da prisão e não puderam se encontrar com Khan o dia todo, mas foram instruídos pelas autoridades a tentar na segunda-feira.
Ele disse que os atrasos podem prejudicar as tentativas de recorrer rapidamente da decisão do tribunal e solicitar fiança.
Bukhari disse que a antiga prisão colonial não tinha as instalações às quais um ex-primeiro-ministro normalmente teria direito no sistema prisional do Paquistão.
A prisão foi a mais recente de uma série de derrotas que enfraqueceram a posição política de Khan, depois que ele se desentendeu com militares do Paquistão e diante da divisão de seu partido.
A prisão de Khan ocorreu dias antes de o governo dissolver o Parlamento, o que normalmente levaria a eleições em novembro. Mas uma decisão do governo no sábado sobre o censo a ser utilizado no processo eleitoral possivelmente atrasará o pleito.
(Reportagem de Charlotte Greenfield em Islamabade; reportagem adicional de Mubasher Bukhari em Laore)