Por Jack Queen e Andy Sullivan
NOVA YORK (Reuters) - Os advogados de Donald Trump apresentarão sua defesa nesta terça-feira no primeiro julgamento criminal de um ex-presidente dos Estados Unidos, a menos que o juiz que supervisiona o caso concorde em arquivá-lo - o que é improvável.
Os advogados de Trump pediram ao juiz Juan Merchan que rejeite o caso antes que ele chegue ao júri, argumentando que o processo se baseia no depoimento de uma testemunha, o ex-advogado de Trump Michael Cohen, que tem um histórico bem documentado de mentiras.
Essas moções raramente são bem-sucedidas e Merchan indicou na segunda-feira que estava inclinado a deixar que os jurados avaliem a credibilidade de Cohen por si mesmos. Os promotores dizem que seu depoimento é reforçado por outras provas.
Cohen, a última testemunha da acusação, encerrou seu depoimento na segunda-feira, abrindo caminho para os advogados de Trump apresentarem suas próprias testemunhas e provas.
O primeiro a se apresentar provavelmente será o advogado Robert Costello, que na segunda-feira testemunhou que Cohen lhe disse que não tinha nenhuma informação incriminatória sobre Trump.
O comportamento de Costello no banco das testemunhas aparentemente irritou Merchan na segunda-feira.
Não estava claro se o próprio Trump iria depor como testemunha, uma atitude arriscada que o deixaria vulnerável a um interrogatório. Antes do início do julgamento, em abril, ele disse que iria depor, mas na segunda-feira ele se afastou quando repórteres perguntaram sobre o assunto.
Trump é acusado de encobrir um pagamento de 130.000 dólares que comprou o silêncio da estrela pornô Stormy Daniels, que nas últimas semanas antes da eleição presidencial de 2016 estava vendendo sua história de um encontro sexual com o então candidato republicano.
Embora o pagamento em si não seja ilegal, Trump enfrenta 34 acusações de falsificação de registros comerciais para ocultar seu reembolso a Cohen, que inicialmente pagou pela transação.
Trump se declarou inocente e nega ter cometido qualquer delito. Ele diz que nunca teve relações sexuais com Daniels e tem classificado o julgamento como uma tentativa politicamente motivada de prejudicar seus esforços para retornar à Casa Branca na eleição de 5 de novembro deste ano.
Cohen testemunhou que conversou várias vezes com Trump sobre o pagamento a Daniels na reta final da campanha presidencial de 2016, quando Trump estava enfrentando várias acusações de má conduta sexual.
Ele disse que Trump temia que Daniels prejudicasse seu apelo junto ao eleitorado feminino se a história se tornasse pública. A equipe jurídica do ex-presidente diz que ele fez o pagamento para proteger sua família de constrangimentos.
Cohen admitiu no banco das testemunhas na segunda-feira que havia roubado dinheiro dos negócios de Trump, dizendo que estava com raiva por seu bônus ter sido cortado depois que ele lidou com o pagamento a Daniels.