BUENOS AIRES(Reuters) - A companhia aérea argentina Aerolíneas Argentinas informou neste domingo que cancelou todos os voos programados para terça-feira devido a uma greve nacional de sindicatos contrários ao programa de austeridade do presidente Mauricio Macri.
A paralisação de 24 horas marcada para terça-feira deve fechar boa parte da economia argentina, atingida pela recessão e pela inflação, enquanto Macri luta para consertar sua imagem a tempo das eleições gerais de outubro, na qual ele concorrerá a um segundo mandato.
Os cancelamentos da Aerolíneas Argentinas afetarão 350 voos e 22 mil passageiros, informou a companhia em comunicado.
"Estes cancelamentos devem-se à paralisação marcada para terça-feira por sindicatos que representam trabalhadores em terra e em voo", disse o comunicado.
Até domingo, o comunicado dizia que a Aerolíneas havia reescalonado mais de 40 por cento dos clientes afetados pelos cancelamentos.
Com o produto interno bruto encolhendo e os preços ao consumidor ficando mais de 54 por cento mais altos nos últimos 12 meses, Macri vem lutando para colocar a economia de volta nos trilhos.
Ele busca outro mandato para fazer suas políticas econômicas ortodoxas funcionarem, mas pesquisas de opinião mostram que os eleitores estão perdendo a paciência. Ações locais, títulos e o peso foram impactados na semana passada, à medida que a incerteza política e econômica afetou os mercados.
Após acordo de financiamento que o governo assinou com o Fundo Monetário Internacional no ano passado, a Argentina concordou em apagar seu déficit fiscal primário em 2019. Essa meta levou Macri a cortar populares subsídios para a eletricidade e o gás para aquecimento enquanto implementa outras medidas de arrocho.
(Reportagem de Nicolas Misculin)