Por Hamid Shalizi e James Mackenzie
CABUL (Reuters) - O Estado Islâmico ameaça realizar mais ataques contra a minoria étnica hazara no Afeganistão após atentados suicidas em Cabul, no sábado, que mataram 80 pessoas, e promete retaliar contra aqueles dentro grupo majoritariamente xiita que apoiam o regime de Bashar al-Assad na Síria.
Mas avaliar a ameaça do Daesh, como o Estado Islâmico é conhecido no Afeganistão, é algo difícil.
Alguns questionam se o grupo foi realmente responsável pelas explosões de sábado, e algumas autoridades questionam se o movimento sunita ultrarradical, amplamente confinado a uma área perto da fronteira com o Paquistão, representa um desafio mais amplo.
Um comandante do Daesh que usa o nome Abu Omar Khorasani disse que o atentado durante uma manifestação de milhares de hazaras, que protestavam sobre a rota de uma nova linha de energia, foi feito em retaliação ao apoio oferecido por alguns membros da comunidade ao regime da Síria.
Muitos hazaras atravessaram o Irã, país governado por xiitas, para lutar pelo presidente sírio, Bashar al-Assad, também xiita, contra o Estado Islâmico.
“A menos que eles parem de ir para a Síria e parem de ser escravos do Irã, nós vamos definitivamente continuar tais ataques”, disse o comandante militante à Reuters por telefone deu uma localização não revelada. “Nós podemos e vamos atacá-los de novo.”
O governo diz que tem combatido o Daesh com afinco mesmo antes das explosões de sábado, um dos ataques mais mortais no país desde o começo da insurgência do Taliban em 2001.
O governo disse que suas forças de segurança haviam matado centenas de insurgentes nos últimos dois meses em avanços contra bastiões do Daesh na província oriental de Nangarhar.