Por Loucoumane Coulibaly e Saliou Samb
ABIDJÃ/CONACRE (Reuters) - Para muitos africanos, as ações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após a eleição foram motivo de piadas irônicas, mas outros reagiram com assombro ou descrença.
Em países cujas próprias eleições recentes foram ofuscadas por acusações de fraude e violência, alguns expressaram alarme com o sinal que a declaração de vitória prematura de Trump, as alegações de fraude e a avalanche de ações civis pode enviar aos seus líderes.
"Trump está dando um exemplo ruim para a África e um país como o nosso. Você não pode se declarar vencedor em uma eleição na qual é candidato quando existe justiça", disse Mory Keïta, um comerciante de peças automotivas da Guiné.
Dúzias morreram em protestos antes e depois de o presidente do país da África Ocidental conquistar um terceiro mandato polêmico no mês passado.
Enquanto a contagem de votos apontava para um triunfo do democrata Joe Biden, outros tinham uma sensação de ironia profunda vendo os acontecimentos se desenrolarem em uma nação desenvolvida cujas autoridades repreendem líderes africanos com frequência por não respeitarem as normas democráticas.
"O que estamos vendo de Trump não é diferente do que temos visto na política africana. Entretanto, é aterrorizante ver isto na América", disse Tito Kisiya, executivo de vendas da Tanzânia, cuja eleição presidencial da semana passada rendeu críticas do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo.
"Esta calmo, e não há violência", disse Viviane Asseke, professora da Costa do Marfim, onde mais de dez pessoas morreram em confrontos desde que o presidente obteve um terceiro mandato que oponentes consideram inconstitucional. "Faz você querer votar."