Por Humeyra Pamuk e Timothy Gardner
WASHINGTON (Reuters) - O governo Trump propôs nesta quinta-feira retroceder em uma regra da era Obama que exigia que novas usinas de carvão nos Estados Unidos cortassem emissões de carbono, uma medida que pode abrir as portas para novas usinas movidas pelo combustível fóssil.
O administrador da Agência de Proteção Ambiental dos EUA, Andrew Wheeler, ex-lobista da indústria do carvão, anunciou a proposta que permite que novas usinas de carvão mineral emitam até 862 quilogramas de dióxido de carbono por megawatt por hora de eletricidade. O atual limite é de 635 quilos.
A medida, que busca ressuscitar a agonizante indústria do carvão, cuja participação na matriz energética dos Estados Unidos está em declínio, causou indignação entre grupos ambientalistas, que dizem que ela ignora os alertas dos cientistas de todo mundo sobre as mudanças climáticas.
"Estamos rescindindo limites injustos impostos sobre os fornecedores de energia americanos e nivelando o campo para que novas tecnologias energéticas possam fazer parte do futuro da América", disse Wheeler. Ele falou ao lado de Harry Alford, presidente da Câmara Nacional Negra de Comércio (NBCC), um adversário antigo dos limites do ex-presidente Barack Obama às emissões de carbono.
A Agência de Proteção Ambiental espera finalizar a nova regra após um período de audiência pública.
"Essa proposta é uma nova tentativa ilegal do governo Trump para ajudar uma indústria que já está cedendo sobre a poderosa força do livre mercado", disse o Senador norte-americano Sheldon Whitehouse, um democrata do Comitê Ambiental do Senado.
Sob a regra estabelecida na era Obama, novas usinas movidas a carvão mineral têm de fazer a queima de gás natural, que emite menos carbono, ou instalar equipamentos de captura de carbono ou tecnologias altamente eficientes que ainda não estão disponíveis comercialmente.