Por Rami Ayyub e Nidal al-Mughrabi
JERUSALÉM/GAZA (Reuters) - O chefe da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla em inglês) se afastou até a conclusão de uma investigação de alegações de má conduta, informou a entidade nesta quarta-feira.
O comissário-geral Pierre Krahenbuhl foi substituído até uma revisão de "questões relacionadas à administração" feita pela agência ser concluída, disse a UNRWA em um comunicado, sem dar detalhes sobre o conteúdo das alegações.
A UNRWA proporciona serviços para mais de 5 milhões de refugiados registrados na Cisjordânia, na Faixa de Gaza e em Jerusalém Oriental, assim como na Jordânia, no Líbano e na Síria.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) indicou Christian Saunders como interino durante a investigação. Saunders já atuou como vice-comissário-geral da agência.
"Ao longo dos últimos meses, a UNRWA iniciou uma revisão interna de sua governança, administração e funções de responsabilização para ter certeza de que pratica os padrões mais elevados de profissionalismo, transparência e eficiência", disse o comunicado da UNRWA.
Em março, Krahenbuhl foi notificado pelo Secretariado em Nova York que uma investigação estava em andamento "com base em alegações feitas contra funcionários da UNRWA relacionadas a condutas insatisfatórias", explicou uma porta-voz da entidade.
Krahenbuhl, um cidadão suíço, assumiu a UNRWA em 2014, tendo sido diretor de operações do Comitê Internacional da Cruz Vermelha anteriormente.
A UNRWA enfrenta dificuldades orçamentárias desde o ano passado, quando os Estados Unidos, seus maiores doadores, suspenderam sua ajuda anual de 360 milhões de dólares. EUA e Israel acusaram a UNRWA de má administração e de incitamento anti-Israel.