CARACAS (Reuters) - Mais duas pessoas indicadas para uma Suprema Corte alternativa em desafio ao governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foram presas por agentes de inteligência nesta terça-feira, informou a oposição.
Jesus Rojas e Zuleima González foram detidos no Estado de Anzoatégui, após a prisão no fim de semana de Angel Zerpa em Caracas, de acordo com a Assembleia Nacional. Zerpa também fora nomeado para o tribunal alternativo.
A oposição da Venezuela, que tem apoio da maioria da população, está exigindo que Maduro desista da convocação de uma Assembleia Constituinte que reescreveria a Constituição do país e suplantaria todas as outras instituições.
Os adversários do presidente dizem que a Constituinte institucionalizaria a ditadura do governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), mas Maduro insiste se tratar da única maneira de empoderar o povo e pacificar a nação depois de quatro meses de distúrbios antigoverno que causaram mais de 100 mortes.
"A Assembleia Constituinte será um cheque em branco para o executivo decidir tudo", disse a procuradora-geral, Luisa Ortega, que rompeu com Maduro neste ano, a um jornal local.
A Fedecamaras, principal associação comercial do país, também apoiou a oposição, emitindo um comunicado que classificou a votação do próximo final de semana de "inconstitucional e desnecessária".
"Exigimos que o ramo executivo abandone sua intenção de impor uma nova Constituição", disse o grupo, que é odiado por apoiadores do governo devido a seu papel central em um golpe de Estado de curta duração contra o antecessor de Maduro, Hugo Chávez, em 2002.
Enfrentando uma pressão externa intensa, que inclui a ameaça de sanções econômicas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Maduro prometeu que a consulta irá acontecer apesar da pressão "imperial".
Ele pediu a prisão de 13 pessoas indicadas pela oposição para uma Suprema Corte alternativa na semana passada, chamando-as de "usurpadoras". A Suprema Corte oficial vem apoiando Maduro continuamente e anulando todas as medidas da Assembleia Nacional, liderada pelos opositores.
(Por Anggy Polanco e Andrew Cawthorne)