Por Fiston Mahamba
GOMA, República Democrática do Congo (Reuters) - Agentes de saúde que combatem um surto de Ebola na República Democrática do Congo encerraram uma greve de três dias contra salários atrasados nesta segunda-feira, informaram a Organização Mundial da Saúde (OMS) e autoridades locais.
O vírus do Ebola se dissemina de forma constante por vilarejos remotos da província de Equateur, no oeste do Congo, desde que o primeiro caso foi identificado no dia 1º de junho, infectando 88 pessoas e matando 36.
No sábado, técnicos de laboratório locais, equipes de gerenciamento de casos e rastreadores de contatos impediram o acesso ao laboratório de exames de detecção de Ebola da cidade de Mbandaka, a capital provincial, disse Mory Keita, relator de incidentes de Ebola da OMS.
Eles protestavam contra a publicação recente do Ministério da Saúde de suas escalas de salários, que consideraram baixas demais, e por não estarem sendo pagos pelo governo desde o início da nova epidemia, explicou Keita.
O ministro da Saúde provincial, Bruno Efoloko, disse que o governador concluiu as negociações com os funcionários grevistas no final da tarde local desta segunda-feira.
"As negociações tiveram sucesso. O laboratório está operacional agora", disse Efoloko à Reuters, acrescentando que alguns técnicos de laboratório voltaram ao trabalho após as conversas.
"O Ministério da Saúde promete examinar suas alegações", disse Efoloko.
Em junho, o Congo comemorou o fim de outro surto de Ebola no leste do país, o segundo pior já registrado, que matou mais de 2.220 pessoas ao longo de dois anos.
A linhagem do vírus responsável pelo surto mais recente em Equateur é geneticamente diferente daquela da epidemia anterior, e se acredita que ela tem origem animal, disse a OMS.
(Reportagem adicional de Hereward Holland)