Por Parisa Hafezi
DUBAI (Reuters) - O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, endossou nesta quinta-feira a rejeição de candidatos moderados e conservadores na eleição presidencial de junho, na qual os dois postulantes linha-dura favoritos e leais a ele se enfrentarão.
O Conselho de Guardiões, organismo linha-dura que aprova candidaturas, só liberou sete dos 590 candidatos que se registraram, incluindo o chefe linha-dura do Judiciário, Ebrahim Raisi, e o ex-negociador nuclear Saeed Jalili.
"O honorável Conselho de Guardiões, de acordo com sua função, fez o que tinha que fazer e o que considerou necessário fazer e identificou os candidatos", disse Khamenei, de acordo com a televisão estatal.
Com a remoção de figuras moderadas e conservadoras proeminentes, os eleitores terão que escolher entre candidatos linha-dura e conservadores pouco conhecidos na eleição, na qual muitos iranianos já disseram que não votarão em meio à revolta crescente com as adversidades econômicas e as restrições das liberdades pessoais.
Vários clérigos e políticos do país, incluindo o neto do falecido fundador da República Islâmica, aiatolá Ruhollah Khomeini, criticam as desqualificações nas redes sociais.
Uma vitória de Raisi poderia aumentar as chances de clérigos xiitas de escalão intermediário sucederem futuramente Khamenei, que serviu dois mandatos como presidente e se tornou o líder supremo após a morte de Khomeini em 1989.