Ajuda humanitária cruzará fronteira de Venezuela com Brasil, promete povo indígena Pemon

Publicado 10.02.2019, 11:24
Atualizado 10.02.2019, 11:25
© Reuters.  Ajuda humanitária cruzará fronteira de Venezuela com Brasil, promete povo indígena Pemon

Por Maria Ramirez

PUERTO ORDAZ, Venezuela (Reuters) - Na Venezuela, os Pemon, povo indígena que vive na fronteira com o Brasil, estão determinados a permitir a entrada de qualquer ajuda estrangeira que chegue ao país, mesmo que isso signifique bater de frente com as forças de segurança venezuelanas e o governo do presidente Nicolás Maduro.

Em meio à hiperinflação e a uma economia em colapso, o que tem resultado em casos de desnutrição e no êxodo de milhões de pessoas, a ajuda humanitária se tornou um dos pontos críticos em uma cada vez mais grave crise política.

Seis líderes da comunidade Pemon que vive no município de Grand Sabana, na fronteira com o Brasil, disseram à Reuters que a população em necessidade deve ignorar qualquer politização da ajuda humanitária.

A área de Gran Sabana, composta por campos planos com imensos chapadões esparsos e que fica no sul do estado de Bolívar, abriga a única via pavimentada que liga o Brasil e a Venezuela.

"Estamos fisicamente preparados – sem armas – e dispostos a abrir a fronteira para receber a ajuda humanitária", disse o prefeito de Gran Sabana, Emilio Gonzales, à Reuters. "Nem a Guarda Nacional nem o governo podem parar isso."

As comunidades indígenas gozam de um grau maior de autonomia em relação a outros grupos na Venezuela.

O governador de Bolívar e o chefe militar para a região de Guayana, que engloba os estados de Bolívar e Amazonas, não estavam disponíveis para comentar sobre o assunto.

"Somos os nativos de Gran Sabana e não vamos permitir que alguns generais de fora decidam por nós", disse Jorge Perez, conselheiro regional para as comunidades indígenas. "Somos as autoridades legítimas."

Perez disse que faz visitas diárias ao hospital local, onde pacientes e médicos se desesperam juntos pela falta de remédios. "Para qualquer emergência eles estão nos levando para o Brasil – é vergonhoso. O hospital de Boa Vista está cheio de pacientes venezuelanos", disse.

Nos últimos anos, a capital de Roraima tem sido o destino de dezenas de milhares de venezuelanos que fogem da crise em seu país. O Monte Roraima, de 2,8 mil metros de altitude e que fica encravado na fronteira, é território sagrado para os Pemon e considerado um símbolo espiritual por muitos venezuelanos.

O prefeito Gonzalez disse que as autoridades no Brasil ainda não o informaram sobre uma data precisa para a chegada de carregamentos de ajuda humanitária na fronteira.

Uma representante do governo brasileiro não quis comentar sobre ajuda humanitária, mas confirmou que o transporte via terrestre até Gran Sabana é uma possibilidade.

Até o momento, a oposição venezuelana confirmou a chegada somente de ajuda em Cúcuta, na fronteira com a Colômbia, onde os carregamentos estão sendo armazenados após as autoridades venezuelanas deixarem claro que não permitirão a entrada no país.

Juan Guaidó, o auto-proclamado presidente interino da Venezuela, prometeu a chegada de ajuda humanitária à população e negociou o envio de medicamentos e alimentos com Estados Unidos, Canadá, Brasil, Colômbia e outros países da região. Maduro, no entanto, nega a autorização para entrada de ajuda e esta semana disse que os venezuelanos não são "pedintes.

O governo venezuelano fechou a fronteira com a Colômbia para impedir a passagem de caminhões.

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